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Leste europeu salva Oli de “ir por água abaixo” com a pandemia
A produtora de autoclismos de Aveiro compensou as quebras em França, Itália e Espanha com o crescimento em países como a Ucrânia e a Rússia. Portugueses procuram soluções “no-touch” para reduzir os contágios no WC.
A Oli manteve o volume de negócios de 60 milhões de euros em 2020, apesar do decréscimo conjunto de 14% nas compras de autoclismos por parte dos franceses, italianos e espanhóis, que são os principais clientes no estrangeiro.
Ucrânia (77%), República Checa (43%), Bulgária (39%) e Rússia (24%) foram, por outro lado, os países onde a fabricante de Aveiro mais aumentou as vendas no ano da pandemia de covid-19, ajudando a compensar as quebras registadas nos mercados tradicionais.
O crescimento da procura por autoclismos interiores com tecnologia incorporada, que respondem às exigências da sustentabilidade hídrica e energética, e também a intensificação da estratégia comercial por parte da filial alemã, criada em 2016, são os fatores apontados para a expansão naquela zona geográfica.
Como o Negócios noticiou, um dos contratos ganhos na Rússia, onde tem uma fábrica de componentes desde 2016, foi para a instalação dos autoclismos interiores e das estruturas de bidé num novo centro hospitalar nos arredores de Moscovo, que em junho de 2020 começou a receber doentes infetados com o novo coronavírus.
Com 419 trabalhadores em Portugal, a Oli tem 38 patentes ativas e produz anualmente dois milhões de autoclismos, além de 2,8 milhões de mecanismos, exportando 80% para 80 países espalhados pelo mundo. No próximo ano prevê entrar na Polónia e também em novos mercados francófonos na costa leste africana e no Magrebe, através de novos agentes comerciais.
"Em 2021 [pretendemos] continuar a evoluir, seja na forma como trabalha, aumentando a sua eficiência e produtividade, seja no crescimento do volume de vendas que fixámos em 10%. (…) Ambicionamos ainda continuar a investir na inovação, que incorpora o ADN da empresa, com o objetivo de desenvolver novas e melhores soluções que contribuam para a preservação da água como bem essencial escasso e para a inclusão de todos no espaço de banho", resume o presidente, António Oliveira, citado num comunicado de imprensa.