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Franco suíço troca as horas à Swatch
Pelo segundo ano consecutivo, o fabricante de relógios vê os lucros caírem. Desta vez, é sobretudo o efeito cambial a fazer estragos. Mas a queda da procura da Ásia também se fez sentir.
O fabricante suíço de relógios Swatch anunciou esta terça-feira uma queda de 21% nos lucros de 2015, ainda reflexo do impacto negativo da valorização do franco local e da concorrência no mercado.
Aquele foi o segundo ano consecutivo de queda para os lucros da empresa. O resultado líquido afundou para 1.100 milhões de francos suíços (990 milhões de euros), a pior marca em cinco anos. Já o lucro operacional deslizou menos, na ordem de 3%, e apenas 0,9% se excluída a componente cambial.
Os resultados do fabricante (que possui cerca de 20 marcas) não escapam aos efeitos sentidos por todo o sector exportador, que depois do fim da indexação artificial do franco suíço em relação ao euro (decidido a 15 de Janeiro do ano passado) viram as vendas ao exterior tornarem-se mais caras, perdendo competitividade.
Na altura, o CEO da empresa, Nick Hayek, criticou ferozmente a decisão do banco central suíço (SNB), considerando que os seus efeitos sobre a economia helvética poderiam ser tão devastadores como um "tsunami". "Não tenho palavras. Jordan (Jordão) não é apenas o nome do presidente do banco central mas também de um rio e a decisão de hoje é um tsunami para a indústria exportadora e para o turismo e, no fim da linha, para todo o país", afirmou, na altura, em comunicado, citado pelo The Guardian.
As vendas ao estrangeiro de relógios fabricados na Suíça caíram 3,6% no ano passado, refere a marca no comunicado divulgado. Segundo a agência France-Presse, a queda da procura pelos mercados asiáticos – a que se destinam metade das exportações de mecanismos suíços – esteve entre as principais fontes de pressão para o negócio.
Os títulos da Swatch recuavam 1% às 14:10, para 335,50 francos suíços.