Notícia
Fábrica francesa de Sintra que fechou e despediu 60 vendida em leilão por 4,6 milhões
O leilão da fabricante de produtos de arame, tubo e chapa de aço Farame, que foi à praça por 3,3 milhões de euros, teve a duração de 10 minutos, num despique que registou 10 licitações.
De 2009 a 2012 foi conhecida no mercado por Caddie Portugal, na sequência da sua aquisição pelo grupo francês Caddie, tendo regressado à designação de Farame em 2012, aquando da sua integração no grupo gaulês Aryes, em cujos mãos chegou a faturar 8,5 milhões de euros anuais.
Entretanto, de supetão, a Farame foi decretada insolvente em novembro passado, com uma dívida da ordem dos 5,2 milhões de euros.
O administrador de insolvência ainda conseguiu manter a Farame em atividade mais três meses, mas a fábrica acabou por fechar em fevereiro deste ano, atirando cerca de 60 trabalhadores para o desemprego.
Em sede de liquidação, a massa falida da Farame, liderada pelo BCP, decidiu vender a unidade industrial através de leilão presencial, por um valor base de 3,54 milhões de euros, podendo ser adjudicada por um valor mínimo de pouco mais de três milhões.
Instalações da Farame, 12 de junho e 2024: iniciada a hasta pública da fábrica pouco depois das 14h30, o leilão, bastante concorrido, teve a duração de apenas 10 minutos.
"Com uma afluência de cerca de 70 inscritos para participar no evento, existiam investidores interessados provenientes de diversos setores – ferragens, bricolage, transportes, distribuição, construção civil, saúde e retalho", começa por realçar a Leilosoc, leiloeira responsável pelo leilão, em comunicado.
Esta circunstância "fomentou o despique" decorrido entre os licitantes, o que permitiu abrir o leilão com uma licitação de 3,6 milhões de euros.
"10 licitações depois, a unidade industrial da Farame foi adjudicada por 4,6 milhões de euros", revela a Leilosoc, sem querer identificar o comprador.
Ao Negócios, o administrador de insolvência manifestou a sua satisfação pelo valor por que a unidade industrial foi adjudicada.
"Somando os 4,6 milhões aos cerca de um milhão de cobrança [de dívidas] de clientes já conseguido, isto significa que vai dar para fazer a recuperação total", adiantou Carlos Pinto, referindo-se ao facto de os credores deverem ver os seus créditos totalmente ressarcidos.
Nos 119 lotes agora adjudicados em leilão incluíam-se um imóvel industrial, bens móveis e propriedade industrial.
O armazém industrial com logradouro (inclui dois cais de carga, casa para guarda e ETAR), situa-se em Rio de Mouro, Sintra.
"É um imóvel de grandes dimensões, com uma área total de 19,4 mil metros quadrados e uma área coberta de 7.450 metros quadrados", descreve a Leilosoc, referindo, ainda, que entre os 118 lotes de ativos móveis destacam-se robots de soldadura, linhas de zincagem, de pintura e de malha, stock e matéria-prima, tendo ainda sido incluída a marca nacional "Farame".
(Notícia atualizada às 13:00)