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Corticeira Amorim vai esperar por junho para tomar decisão sobre dividendos
António Rios de Amorim assinalou ser "vital" vários países estarem a planear abrir a economia durante o mês de maio, pois tal vai permitir "retomar alguma dinâmica do ponto de vista do consumo".
A Corticeira Amorim só vai realizar a assembleia geral de acionistas em junho, numa altura em que espera já ter mais informação sobre o impacto da pandemia da covid-19 na economia.
Após uma audiência com o Presidente da República, que tem estado a ouvir os CEO de diversas cotadas, António Rios Amorim foi questionado sobre se a Corticeira Amorim iria pagar dividendos. O presidente executivo da líder mundial na produção de cortiça respondeu que a "decisão será remetida para assembleia geral que vai ocorrer até 30 de junho".
A Corticeira Amorim tinha a AG convocada para 20 de abril com uma proposta de pagamento de um dividendo de 18,5 cêntimos por ação, mas suspendeu a reunião de acionistas devido à pandemia.
Rios Amorim adiantou que a Corticeira Amorim tem uma "extrema prudência financeira" na política de remuneração aos acionistas, pelo que "achamos que deveríamos conhecer melhor o impacto do atual momento para tomar uma decisão" sobre os dividendos.
Por isso, a AG foi adiada "para uma fase em que pensamos que já teremos visto o pior da crise do ponto de vista económico" e assim "vamos estar munidos de informação" para tomar uma decisão sobre o pagamento de dividendos.
O CEO da Corticeira Amorim assegurou que os postos de trabalho serão mantidos, uma vez que a empresa tem uma "atividade quase plena nas unidades industriais". A produção de cortiça não foi afetada no primeiro trimestre, em abril ocorreram alguns ajustamentos e em maio haverá uma redução da atividade, sendo que a empresa estará a "produzir para ‘stock’ durante algum tempo".
Portugal geriu bem a crise
Rios de Amorim assinalou ser "vital" vários países estarem a planear abrir a economia durante o mês de maio, pois tal vai permitir "retomar alguma dinâmica do ponto de vista do consumo".
O CEO da Corticeira Amorim disse ainda ver com "satisfação a forma como as autoridades portuguesas geriram esta crise" e adotou medidas para a retoma e a abertura da economia. "Não é só a nossa opinião", mas também dos interlocutores da Corticeira Amorim, disse Rios de Amorim, assinalando que Portugal deve concentrar-se em como poderá "sair ganhador desta crise" e "com uma imagem reforçada".
O Governo português tem uma "maior disponibilidade financeira para que seja feita uma retoma com sucesso" e para tal deverá apoiar os "setores mais exportadores" com campanhas de promoção e uma "atitude agressiva nos principais mercados".