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Corticeira Amorim com lucros de 48,5 milhões em tempos de pandemia

Apesar da crise pandémica, o resultado do grupo de Mozelos registou uma quebra homóloga de apenas 10,8% nos primeiros nove meses do ano, enquanto as vendas recuaram 5,2% para 571,4 milhões de euros. Já a dívida baixou 43,5 milhões para 117,8 milhões de euros.

António Rios Amorim, CEO da Corticeira Amorim.
Rui Neves ruineves@negocios.pt 05 de Novembro de 2020 às 16:47

Os lucros da Corticeira Amorim ascenderam a 48,5 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, menos 10,8% do que no mesmo período do ano passado, sendo que, excluindo o efeito não recorrente da venda da US Floors, em 2019, os lucros teriam agora caído apenas 6,8%, destaca a maior empresa de produtos de cortiça do mundo, em comunicado das contas divulgado esta quinta-feira, 5 de novembro, junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

 

A empresa liderada por António Rios Amorim adianta que, até setembro, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado foi de 94,9 milhões de euros, o que representa uma redução homóloga de 2%.

 

"Esta evolução reflete essencialmente a redução do preço de consumo das matérias-primas, aumentos de preços de venda e ganhos de eficiência operacional, que compensaram grande parte do efeito negativo decorrente de um menor nível de atividade", explica a Corticeira Amorim.

 

De realçar que o decréscimo do EBITDA foi substancialmente inferior ao das vendas, traduzindo-se numa melhoria do rácio EBITDA/vendas de 16,1% para 16,6% face ao período homólogo.

Já as vendas totalizaram 571,4 milhões de euros entre janeiro e setembro deste ano, menos 5,2% do que os reportados há um ano.

 

Um queda determinada pelas "condições adversas decorrentes da pandemia covid-19 e consequentes medidas implementadas pelos diferentes países para conter a sua propagação", que "afetaram negativamente o volume de negócios de todas as unidades de negócio, sendo o segundo trimestre o mais penalizado", justifica a Corticeira Amorim.

 

A empresa ressalva que, ao contrário do início do ano, as vendas refletem uma evolução cambial desfavorável – "excluindo este impacto, as vendas teriam caído 4,4% nos primeiros nove meses do ano (menos 3,5% no terceiro trimestre)", detalha.

Destaque para as vendas da unidade de negócio das rolhas, que representam 70% das vendas consolidadas da Corticeira Amorim, que caíram 5,6% para 407,9 milhões de euros, "tendo sido negativamente impactadas pelo decréscimo do consumo de vinho, essencialmente no canal HoReCa, bem como pelo encerramento temporário de alguns dos seus clientes", nota a empresa.

 

O segmento de rolhas para vinhos espumosos foi o que sofreu um maior decréscimo de vendas, "particularmente penalizado pelo segmento de champagne e sidra".

 

O negócio dos revestimentos foi o único a registar um aumento das vendas para 86,2 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, mais 4% do que um ano antes, "impulsionadas sobretudo pelo crescimento das vendas de produtos fabricados, nomeadamente da linha de produtos Amorim WISE (vendas de 9,6 milhões de euros)".  

Destaque ainda para a robustez do balanço da Corticeira Amorim. Apesar do aumento do investimento em ativo fixo (29 milhões de euros), do pagamento de dividendos (25 milhões) e das aquisições de 10% da Bourrassé (5 milhões) e de 30% da Elfverson (dois milhões), conseguiu reduzir a dívida líquida em 43 milhões de euros face ao final do ano de 2019, colocando-a em 117,8 milhões de euros no final de setembro deste ano.

Uma palavra final da Corticeira Amorim para o impacto da pandemia no seu negócio, referindo que "a incerteza e baixa visibilidade mantêm-se altas, tornando difícil avaliar a dimensão dos impactos diretos e indiretos da pandemia por covid-19 no futuro".

 

"A evolução e a extensão da sua disseminação, bem como a eventual necessidade de implementação de medidas de contenção adicionais, determinarão os seus efeitos sobre a economia global e padrões de consumo e, consequentemente, sobre a atividade da Corticeira Amorim", conclui o grupo com sede em Mozelos, Santa Maria da Feira, que emprega mais de 4.350 pessoas em todo o mundo.

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