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A Corticeira Amorim efetuou a sua primeira emissão de obrigações verdes, no montante de 40 milhões de euros, por subscrição particular, sem garantias e pelo prazo de cinco anos, avançou a empresa, esta quinta-feira, 3 de dezembro, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Uma emissão de "green bonds", a primeira efetuada pela maior corticeira mundial, que vencerá "semestralmente juros a taxa fixa e com reembolso escalonado (25% no final do quarto ano e 75% na maturidade", detalhou a empresa.
Questionada pelo Negócios, a Corticeira Amorim não quis revelar a taxa de juro dos títulos.
A organização, montagem e garantia de subscrição foi assegurada pelo BPI, que assumirá ainda o serviço de agente pagador.
O empréstimo tem como objetivo "refinanciar um conjunto diversificado de investimentos verdes realizados em 2017, 2018, 2019 e primeiro semestre de 2020 por oito empresas das cinco unidades de negócios" do grupo sediado em Mozelos, Santa Maria da Feira.
Investimentos realizados em quatro grandes segmentos, como na "gestão ambientalmente sustentável de recursos naturais vivos e uso da terra", em "produtos, tecnologias e processos de produção renováveis, baixos em carbono, ecoeficientes e/ou adaptados à economia circular", na "gestão de resíduos e eficiência da utilização de recursos" e na "energia renovável e conversão de resíduos em energia".
Para a Corticeira Amorim, esta primeira emissão de obrigações verdes constitui "um importante marco na sua estratégia de sustentabilidade", reafirmando o seu "continuado compromisso com a aplicação dos princípios e melhores práticas ESG" (environmental, social and governance).
De resto, o grupo liderado por António Rios Amorim enfatizou que a Sustainalytics, empresa especializada em research, ratings e informação ESG, "procedeu à revisão dos referidos investimentos e emissão da respetiva ‘second party opinion’, confirmando o seu alinhamento com os ‘Green Bonds Principles’ (versão junho 2018) da ICMA - International Capital Markets Association".
De registar que, apesar da crise pandémica, os lucros obtidos pela Corticeira Amorim nos primeiros nove meses deste ano, que ascenderam a 48,5 milhões de euros, traduziram-se numa queda homóloga de apenas 10,8%, enquanto as vendas recuaram 5,2% para 571,4 milhões de euros. Já a dívida baixou 43,5 milhões para 117,8 milhões de euros.