O estudo “Mercado Imobiliário Português 2013 – Perspectivas 2014” revela que o sector está confiante que este será o ano da recuperação do imobiliário. Para o director-geral da Jones Lang LaSalle (JLL), Pedro Lencastre, o optimismo é “sólido” e está influenciado pela “melhoria dos indicadores em Portugal e na Europa”.

O regresso do investimento é apontado como outro dos factores que contribui para o optimismo deste mercado. O documento refere uma subida de 128 para 300 milhões de euros (234%) do investimento neste segmento entre 2012 e 2013, devido ao aumento do investimento estrangeiro (de 45% para 70%). O estudo destaca os “vistos dourados”, obtidos maioritariamente por cidadãos chineses, e que renderam 270 milhões de euros em 2013.

O relatório também salienta a importância do comércio de rua, através da abertura de lojas na capital, em zonas como a Avenida da Liberdade, Chiado e Príncipe Real. O estudo aponta que não são inaugurados centros comerciais desde 2011, apesar de serem o “destino preferido de compras dos portugueses”.

Os escritórios são o principal ponto negativo do documento, que refere os níveis de absorção mais baixos de sempre (77.800 m²). Contudo, o relatório adianta que os últimos três meses verificaram “sinais de recuperação”. Estes números marcam “o fim de um ciclo descendente que se prolonga desde 2009”, segundo o relatório. O sector aponta para uma melhoria destes valores, numa altura em que se prevê que a economia melhore o que deverá levar a um alívio dos planos de contenção de custos e a uma “recuperação das estratégias imobiliárias”. O processo prevê-se lento: com um stock de 4,55 milhões de metros quadrados, o mercado tem limitado a entrada de nova oferta no mercado (34.600 m², em 2013), menos 43,7% do que a média dos últimos dez anos (61.500 m²).

Citado em comunicado, Pedro Lencastre baseia a confiança no sector também com o “impacto” da nova lei do arrendamento urbano na área da reabilitação urbana.

O documento da empresa especialista no mercado imobiliário refere-se a um “forte” desenvolvimento de projectos de reabilitação nas principais cidades portuguesas em 2013, sobretudo Lisboa e Porto, graças ao aumento da procura e do novo enquadramento legal. O sector espera que em breve se junte a capacidade de financiamento dos projectos com “qualidade e viabilidade”.