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Retoma no mercado imobiliário pode acontecer em 2013
A necessidade de liquidez dos proprietários, os ajustes de preços e as alterações legais e fiscais podem animar o mercado imobiliário este ano, segundo um relatório da consultora Jones Lang LaSalle.
"A maior flexibilidade dos proprietários, que muitas vezes necessitam de obter maior liquidez, e algumas alterações legais e fiscais de relevo são factores que podem aumentar a procura pelo imobiliário português já em 2013", segundo o relatório "Mercado Imobiliário 2012 -- Perspetivas 2013", daquela consultora.
Apesar da estimativa de contracção, exceptuando no comércio de rua, o relatório prevê a possibilidade de uma retoma da actividade também devido ao ajuste progressivo nos preços: "os preços de venda dos imóveis portugueses estão cada vez mais ajustados à realidade do mercado".
Numa comparação com 2012, a consultora indica que se devem manter os baixos níveis na actividade de ocupação imobiliária nos escritórios, centros comerciais, com "promotores, ocupantes e retalhistas a manterem-se muito cautelosos nas suas decisões". A excepção deverá ser o comércio de rua.
O director-geral da Jones Lang LaSalle Portugal anteviu que os 'Golden Visas' (autorização de residência mediante investimento) possam ter um "impacto muito positivo no mercado".
Para Pedro Lencastre, investidores, promotores e ocupantes devem continuar a "desvalorizar, de forma por vezes arrasadora, aquilo que é secundário".
"Desta tendência, resultam, contudo, excelentes oportunidades de negócio para quem pode investir, já que, por um lado, podem negociar-se com pouca concorrência os melhores activos a preços ajustados e, por outro, alguns activos que 'surgem logo a seguir ao prime' estão a preços de oportunidade", acrescenta.
O relatório revela que o mercado de escritórios registou uma absorção de 102.000 metros quadrados em 2012, ou seja mais 16% que no ano anterior, o qual teve o nível mais baixo da última década (88 mil metros quadrados). Em 2008, a média anual era de 175.000 metros quadrados.
O ano passado foi marcado por contenção de custos, a renegociação de rendas, a redução de espaços e a pequena dimensão das áreas médias ocupadas.
No sector de investimento, o volume transaccionado ascendeu a "apenas" 125 milhões de euros, o "valor mais baixo desde que há registo".
"Este agravamento é explicado pela falta de credibilidade no país, que afastou os investidores institucionais, e pela escassez de financiamento interno", explica o relatório.
As operações mais significativas foram de "investidores privados sem necessidade de alavancagem, que procuraram activos bem localizados, com contratos de longa duração e inquilinos sólidos".
O investimento internacional representou 44% do total feito, com brasileiros e espanhóis a dominarem o sector.
O sector dos escritórios foi o mais procurado, com 82% do volume transaccionado.
Os investidores institucionais oriundos do Canadá, Estados Unidos da América, Índia, Singapura e Austrália são alguns dos que estão a preparar investimentos no Sul da Europa, nomeadamente em Portugal, Espanha e Itália.
A Jones Lang LaSalle é uma empresa de serviços financeiros e profissionais especializados em imobiliário.