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Queda das rendas em Nova Iorque atrai caçadores de pechinchas
A pandemia de covid-19 levou muitos residentes de Nova Iorque a mudarem-se de apartamentos apertados para outros locais com impostos mais baixos e um clima mais quente. Outros foram forçados a sair depois de perderem os seus empregos.
Para trás ficou uma cidade sem muitas das vantagens culturais, de entretenimento e gastronómicas que a diferenciavam há muito, o que levou a uma taxa recorde apartamentos vazios em Nova Iorque. Os proprietários apressaram-se para tentar ocupar os imóveis baixando preços, oferecendo estacionamento ou alguns meses de renda gratuitos.
Tudo isso criou a oportunidade perfeita para outras pessoas se mudarem para a cidade dos seus sonhos e conseguir preços de arrendamento que atingiram o nível mais baixo em uma década.
"Sempre me imaginei aqui", disse Claire Smith, que se mudou de Los Angeles para Manhattan em novembro. "Realisticamente, penso que não seríamos capazes de pagar se não houvesse uma onda tão grande de saídas da cidade".
Smith, uma bloguer de 24 anos e gestora freelance de redes sociais, tinha acabado de deixar o emprego em Los Angeles. Com o aluguer de dois anos do seu apartamento no West Hollywood a aproximar-se da renovação, Smith percebeu que os arrendamentos estavam a ficar visivelmente mais baixos para apartamentos no site de anúncios de imóveis StreetEasy em Nova Iorque.
Conseguiu um mês gratuito num apartamento de dois quartos recém-remodelado na West 10th Street com a Bleecker Street, disponível por 3.500 dólares. A sua parte no aluguer do quarto andar é de 1.675 dólares.
"Tenho adorado viver aqui", disse. "Ainda sinto a excitação da cidade e estou realmente a trabalhar para construir a minha própria marca pessoal. Nova Iorque ajudou-me muito nisso".
Os arrendamentos em todos os bairros de Nova Iorque analisados pela StreetEasy registaram a maior queda homóloga, em janeiro, em pelo menos uma década, descendo 15,5% em Manhattan e 8,6% no Brooklyn e Queens.
Embora o ritmo de novos anúncios tenha diminuído em comparação com o seu pico no outono, ainda há duas vezes mais alugueres disponíveis em Manhattan e Brooklyn do que no ano anterior.
O colapso dos arrendamentos durante o verão no hemisfério norte coincidiu com estatísticas da pandemia que na altura pareciam promissoras já que os casos de covid-19 haviam estagnado.
Kris Taveras não fez muita pesquisa sobre os preços dos arrendamentos antes de se mudar de Boston para o Harlem em agosto passado. "Simplesmente arrumei as minhas coisas e fui embora", disse o fotógrafo freelancer, que encontrou um apartamento no Facebook de alguém que perdeu o emprego por causa da covid. O arrendatário concordou em subalugar a unidade de 1.000 dólares por mês por apenas 850.
"Não podia ter sido melhor", disse o jovem de 22 anos, acrescentando que a sua renda é significativamente mais baixa do que a dos outros apartamentos do seu prédio.
Há indícios de que o mercado esteja a aquecer lentamente, à medida que os escritórios começam a receber novamente os funcionários, restaurantes e lojas reabrem, e a vacinação dá motivos para quem saiu da cidade, voltar.