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Projecto anglo-árabe de 100 milhões no Porto “estará operacional em 2020"

A árabe MEFIC e a britânica Round Hill garantem que o maior projecto de reabilitação urbana no Porto, a edificar num terreno com uma área de cerca de oito campos de futebol, terá “a conclusão dos primeiros edifícios em 2020”.

O projecto inclui 1.200 acomodações para estudantes, 200 apartamentos residenciais, um hotel, um supermercado, espaços para escritórios, jardim e estacionamentos.
27 de Março de 2018 às 13:35
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As obras ainda não arrancaram, mas o maior projecto de reabilitação urbana no Porto já recebe prémios internacionais. Concebido pela Bogle Architects, foi-lhe atribuído um louvor pela prestigiada The Architecture Review para a categoria de mixed-use (utilização mista), no MIPIM/The Architectural Review Future Project Awards de 2018.

 

Os promotores deste investimento orçado em 100 milhões de euros, a árabe MIFIC e a britânica Round Hill, continuam a garantir para breve o início da empreitada.

 

"Estamos muito empolgados em pôr no terreno este grande projecto nos próximos meses", afirma Michael Bickford, CEO da Round Hill Capital, enquanto Ian Bogle, fundador da Bogle Architects, diz que os responsáveis pelo projecto estão "muito expectantes para ver a conclusão dos primeiros edifícios em 2020".

 

O ano de 2020 é emblemático para o projecto porquanto o imóvel que se encontra no centro da área adquirida para o efeito foi construído em 1920 para albergar uma fábrica de curtumes, sendo que o edifício original fará parte integral da reabilitação do terreno, "reconvertido no novo ‘mercado’ (área de lazer e restauração) no centro do empreendimento".

 

A construir num terreno de mais de 78 mil metros quadrados, próximo do campus universitário da Asprela, o projecto tem uma área de construção de mais de 56 mil metros quadrados e "estará operacional em 2020, exactamente 100 anos após a construção da fábrica de curtumes original", enfatiza a Round Hill.

 

O projecto, a desenvolver na zona do Amial, freguesia de Paranhos, inclui a construção de 1.200 acomodações para estudantes, 200 apartamentos residenciais, um hotel, zonas comerciais, espaços para escritórios, um mercado, um supermercado, estacionamentos e jardim.

 

De acordo com os promotores, o terreno será incluído no Porto Innovation District, uma iniciativa entre a Câmara Municipal do Porto e as universidades, faculdades, escolas de negócios, hospitais, institutos e centros de pesquisa para a promoção da inovação, do empreendedorismo e do investimento na Invicta.

 

"Esta parceria [anglo-árabe] comprometeu-se a investir 100 milhões de euros para desenvolver um empreendimento de excepção, que dará resposta ao significativo desequilíbrio entre oferta e procura no segmento da residência académica no Porto e constituirá um destino diversificado focado na habitação estudantil e segmento residencial, a que se juntarão escritórios de incubadoras tecnológicas, com uma integração total na comunidade local", destaca a Round Hill Capital.

 

Tribunal chumba pedido de arresto 

Entretanto, em Dezembro passado, o Negócios noticiou a existência de um pedido de arresto sobre os activos em causa. O procedimento cautelar de arresto sobre três imóveis, no valor de 450 mil euros, foi intentado pela Ritmos Partners. Esta empresa, com sede em Chipre, vendeu a portuguesa Ritmos Cativantes, sociedade detentora dos terrenos e imóveis que configuram o projecto em questão, a empresas sediadas no Luxemburgo e que são detidas pela britânica Round Hill.

 

De acordo com fonte próxima de uma das partes em diferendo, "na sequência da venda da Ritmos Cativantes, uma parte do valor do negócio ficou por pagar, cerca de 450 mil euros, devido a acertos fiscais". Na sequência deste incumprimento, "a Ritmos Partners pediu uma penhora sobre os imóveis que pertencem à Ritmos Cativantes".

 

Já fonte oficial da Round Hill afirmou, na altura, ao Negócios, que "essa questão é um simples pedido de injunção sem qualquer fundamento, e sobre o qual o tribunal ainda se irá pronunciar, certamente em sentido negativo", prognosticou, adiantando que a gestora inglesa de activos imobiliários está "a resolver o assunto da forma apropriada".

 

De resto, concluía, "esta situação não interfere com o desenvolvimento do projecto, que está a evoluir bem e de acordo com o plano". Esta terça-feira, 27 de Março, quando questionada sobre a matéria, a mesma fonte da Round Hill garantiu que "o tribunal não deu provimento ao pedido de arresto, não tendo havido recurso" da decisão judicial, o que foi confirmado ao Negócios por uma das outras partes em diferendo.


(Notícia actualizada às 16:30 com a informação de que o tribunal não deu provimento ao pedido de arresto dos activos)

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