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Procura e venda de casas abranda no arranque do Verão
A procura de casas continuou a crescer, mas ao ritmo mais baixo desde Dezembro, segundo o PHMS. Junho foi o 15º mês consecutivo em que a entrada de novas casas para venda no mercado nacional caiu.
O crescimento das vendas e da procura de casas abrandou no início do Verão, de acordo com o Portuguese Housing Market Survey (PHMS). Os dados do inquérito mensal realizado pelo RICS e pela Confidencial Imobiliário mostram ainda que a falta de oferta é um dos motivos que explica a desaceleração "ao limitar as escolhas dos potenciais compradores".
Junho foi o 15º mês consecutivo em que a entrada de novas casas para venda no mercado nacional apresentou um decréscimo. "Neste cenário, os preços continuaram a subir em todas as regiões, com os inquiridos a anteciparem um novo crescimento nos diversos prazos", segundo o PHMS.
Os números de Junho mostram ainda que a procura de casas no país continuou a crescer, mas ao ritmo mais baixo desde Dezembro do ano passado. Enquanto no Porto continua a haver uma tendência de crescimento, no Algarve e em Lisboa manteve-se praticamente inalterada.
Quanto às vendas, o inquérito denota também uma assimetria regional com o Porto novamente a registar um crescimento contínuo nas transacções, enquanto em Lisboa as vendas cresceram marginalmente. No Algarve houve mesmo um ligeiro recuo em termos mensais.
"Esta não é a primeira vez que a actividade no mercado imobiliário regista um declínio no período de Verão, designadamente no que respeita à procura por compradores potenciais. Foi assim este ano e nos anteriores, mesmo no Algarve, apesar desta ser a época alta do turismo", explica Ricardo Guimarães, director da Confidencial Imobiliário.
Porém, o estudo relativo ao mês de Junho aponta que o sentimento dos operadores de mercado, no que toca à actividade transaccional, também tem vindo a arrefecer claramente nos últimos meses. Aliás, o inquérito de Junho apresenta "o resultado mais modesto desde Outubro de 2013, ainda que as expectativas relativas às vendas se mantenham positivas para todas a regiões no curto-prazo".
"Alguns agentes inquiridos notam haver agora um novo clima entre os investidores, que estarão mais cautelosos quer devido ao actual nível de preços, como em resultado das alterações legais que têm estado em perspectiva nos meses mais recentes", sustenta Ricardo Guimarães.
Além disso, "ainda que os números de Junho apontem para um mês mais calmo da actividade em algumas regiões do país, tal acontece na sequência de um percurso de crescimento sólido. Dado que os indicadores económicos se mantêm robustos e a confiança dos consumidores continua forte, as perspectivas para o mercado residencial permanecem sólidas no curto-prazo, mesmo que o crescimento na actividade possa arrefecer em algum momento", acrescenta Simon Rubinsohn, economista-chefe do RICS - Royal Institution of Chartered Surveyors.
Quanto ao mercado de arrendamento, o PHMS de Junho mostra que a "procura continua firme, pressionando a subida das rendas, particularmente num contexto de escassez de colocação de novas ofertas por parte dos proprietários".
O PHMS reúne respostas de aproximadamente 150 inquiridos.