Notícia
Portugueses já gostaram mais de ir passear ao shopping
Menos visitas e mais "objectividade" nas compras. É esta a tendência confirmada no anuário da Associação Portuguesa de Centros Comerciais, que diagnostica uma "alteração comportamental" nos consumidores nacionais.
No entanto, se o indicador referente às vendas cresceu pelo quarto ano consecutivo, este estudo confirma, por outro lado, a tendência para o decréscimo no tráfego (footfall). Em 2016, a afluência voltou a recuar 1,1% em relação ao ano anterior, ajudando assim a consolidar "uma alteração comportamental no modo como os portugueses experienciam os centros comerciais".
"A leitura dos valores revelados pelos Índices permitem aferir que o ‘ticket-médio’ por visitante é mais elevado, o que implica uma também crescente objectividade da experiência de compra no interior dos centros comerciais", sustenta o presidente da APCC, António Sampaio de Mattos, citado numa nota de imprensa divulgada esta sexta-feira, 29 de Setembro.
A "dinâmica de inovação das ofertas em todas as vertentes", que inclui temáticas como a integração tecnológica nos centros ou o aumento do serviço aos clientes, é uma das justificações apresentadas pelo líder desta associação, que publica este anuário desde 1996 e que representa as empresas investidoras, promotoras e gestoras de centros comerciais.
António Sampaio de Mattos destaca ainda na mesma nota que os operadores nacionais mostraram "uma tremenda resiliência" durante a crise, tendo aproveitado esse período para promover o investimento no parque instalado, com a convicção de que quando o ciclo desfavorável se invertesse, os centros comerciais estariam muito mais aptos a enfrentar os desafios do futuro".
Ainda esta semana, o presidente executivo da Sonae Sierra, Fernando Guedes de Oliveira, confirmou que "depois de uma crise pesada, em que [foram] praticamente obrigados a parar a actividade de construção", a empresa que lidera o mercado nacional – tem 23 centros comerciais e "retail parks" no país –, está a retomar o investimento e tem já reservados 300 milhões de euros para os projectos em desenvolvimento.