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Operação Babel: Conheça os 20 projetos de 750 milhões da israelita Fortera em Portugal
O Skyline, que inclui a construção do prédio mais alto do país, é o maior projeto da empresa envolvida no processo, com epicentro em Gaia, que investiga crimes de recebimento ou oferta indevidos de vantagem, de corrupção ativa e passiva, de prevaricação e de abuso de poder.
Symphony, no Porto
Convento do Carmo, em Braga
Elad Dror e Nir Shalom, um antigo político israelita, fundaram em 2015, em Portugal, a promotora imobiliária Fortera, que conta já no seu portefólio com duas dezenas de projetos, alguns dos quais já concluídos e comercializados, no Porto, em Gaia e em Espinho, a que acresce um investimento orçado em 10 milhões de euros na renovação do bracarense Convento do Carmo em 70 apartamentos.
No total, a empresa de capitais israelitas garante que os seus projetos em Portugal envolvem um investimento global da ordem dos 750 milhões de euros, totalizando 235 mil metros quadrados de área de construção, 818 quartos de hotel e cerca de mil apartamentos.
O maior projecto que a Fortera tem em desenvolvimento chama-se Skyline, a construir na zona central de Vila Nova de Gaia, num investimento avaliado em 150 milhões de euros.
Com uma área de 54 mil metros quadrados, o Skyline comporta uma torre residencial de 28 pisos, tornando-se assim no prédio mais alto do país, 300 apartamentos para o segmento médio alto, um hotel de cinco estrelas, um centro de congressos para 2.500 pessoas, uma praça urbana, parque de estacionamento para 700 veículos, escritórios e retalho.
Também em Gaia, mais dois grandes destaques: O Alive Riverside, orçado em 110 milhões de euros e que prevê a construção de 126 apartamentos, e o Azul Boutique Hotel, uma unidade hoteleira com 64 quartos, num investimento que estava inicialmente estimado em 11,5 milhões de euros.
No Porto, o maior projeto da Fortera está previsto para a Avenida Camilo, em frente à Escola Secundária Alexandre Herculano, onde deverá nascer um hotel de cinco estrelas, com 256 quartos e aproximadamente 16.500 metros quadrados, e um aparthotel com 210 quartos, num investimento agregado que, há três anos, estava orçado em 47 milhões de euros.
Já em Espinho, entre outros, um dos mais emblemáticos projetos da Fortera para a cidade chama-se Alive Espinho, um complexo residencial com 91 frações e onde o grupo prevê investir 15 milhões de euros.
A Fortera está envolvida na Operação Babel, com epicentro em Vila Nova de Gaia.
Recorde-se que a Polícia Judiciária encetou esta operação tendo por base "viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário".
Os interesses imobiliários em causa incidem sobretudo no projeto Skyline.
Detido a 16 de maio passado, no âmbito da Operação Babel, Elad Dror foi posteriormente libertado após prestar caução de um milhão de euros.
Dror renunciou ao cargo de CEO da Fortera, tendo sido substituído na liderança do grupo por Pedro Ferreira, que era até agora diretor de engenharia e construção da empresa.