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Mercado global de imóveis de luxo sinaliza recuperação em 2020
Os mais abastados à procura de imóveis mantiveram um perfil discreto em 2019, já que as incertezas económicas transformaram as cidades globais em propostas arriscadas.
Não se surpreenda se, em 2020, os ricos voltarem a gastar novamente, já que os preços dos imóveis em áreas económicas relativamente estáveis continuam a sentir queda dos preços para níveis de saldos.
Em algumas cidades, os preços devem subir, de acordo com a consultoria imobiliária global Knight Frank.
Paris lidera a previsão da agência para 2020, com um aumento de 7% dos preços de imóveis de luxo, seguida por Miami e Berlim, onde as unidades de luxo também são relativamente acessíveis e há poucas.
Incertezas políticas e económicas ainda dominam, desde guerras comerciais até às eleições presidenciais dos EUA em novembro. E os impostos sobre pessoas com elevado património aplicados em cidades como Vancouver, Londres e Nova Iorque continuarão a pesr nas vendas, diz Kate Everett-Allen, sócia da Knight Frank, em Londres.
"A maioria dos mercados ainda vai registar aumento dos preços ‘prime’, mas com margens menores do que anteriormente", afirmou Kate Everett-Allen.
Nova Iorque ainda oferece opções de compra
Os preços dos imóveis na cidade de Nova Iorque devem cair 3% em 2020, dando continuidade à tendência deste ano. No terceiro trimestre de 2019, os preços caíram 4,4% em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com a Knight Frank. Para vender todos os projetos residenciais recém-construídos em Manhattan no atual ritmo de vendas, levaria nove anos. E a incerteza sobre a eleição presidencial provavelmente manterá compradores à margem, segundo Jonathan Miller, presidente da avaliadora de imóveis Miller Samuel.
A procura também travou porque investidores imobiliários fugiram do mercado, assustados com congressistas que têm como alvo uma maior regulamentação dos arrendamentos e um aumento do imposto sobre mansões, o que deixa os compradores de imóveis de luxo com custos mais altos.
"Do lado das vendas, o mercado de luxo é o segmento mais fraco do setor imobiliário", salienta Miller.
E sem estrangeiros, Vancouver também está estagnada
Em 2020, vendedores de imóveis mais caros em Vancouver provavelmente ainda sentirão a ressaca da saída de compradores chineses e das medidas fiscais para investidores estrangeiros introduzidas em 2016 com o objetivo de segurar os preços. No segmento de luxo, os preços na cidade cairão 5% no próximo ano, de acordo com a previsão da Knight Frank.
Do lado positivo, há uma nova oportunidade para compradores domésticos, afirma Kevin Skipworth, sócio e corretor-gerente da Dexter Realty, em Vancouver.
"O governo colocou propriedades à venda para os que, de outra forma, não teriam como pagar", realça, o que significa que o imposto efetivamente tornou as propriedades de luxo mais baratas para residentes.
Recuperação em Miami
O mercado de condomínios de alto nível de Miami, por outro lado, deve mostrar recuperação em 2020, com a ajuda da reforma tributária implementada pelo presidente Donald Trump, que limitou as deduções federais para impostos estaduais e municipais, de acordo com a Knight Frank.
Enquanto sul-americanos se afastaram nos últimos anos devido à subida do dólar que encareceu imóveis comprados nos EUA, investidores domésticos compensam a fuga: a Flórida, que não cobra imposto de rendimentos, está a atrair compradores ricos de estados com elevados impostos, como Nova Iorque e Nova Jersey. A procura destes compradores deve elevar os preços de imóveis de luxo de Miami em 5% em 2020, segundo a Knight Frank.
(Texto original: Around the World, Luxury Real Estate Poised to (Mostly) Strengthen)