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Mediadoras descobrem novos negócios para fugir à crise

Imobiliárias estão no "olho do furacão" da crise. Se, a montante, a construção ergue menos casas, a jusante a banca dá menos crédito para as comprar. Mas há um lado B do fenómeno que está a resistir

28 de Fevereiro de 2012 às 20:02
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A Remax quer ter 40% do mercado de mediação, a Era contrata 1.500 novos colaboradores, e a Century 21 prevê o crescimento do volume de negócios depois de se fundir com a Fita Métrica. Em teoria estes não seriam os números de um mercado em retracção, mas no sector imobiliário há um lado A e um lado B da crise, e as líderes de mercado parecem estar a passar pela convulsão no sector.

Uma primeira justificação deve-se ao potencial de crescimento desta actividade, que ainda não está esgotado. "Há um mercado em plena profissionalização, e as pessoas recorrem cada vez mais aos profissionais. Isto quer dizer que apesar das transacções caírem desde 2005, esta quebra é compensada por uma fatia maior de mercado acessível às nossas agências", revela ao Negócios o director-geral da Era Portugal, Miguel Poisson.

O administrador para a Península Ibérica da Century 21, Ricardo Sousa, sublinha que a "mediação imobiliária vale 50% e podemos conquistar quota ao mercado mais amador". "É o contrasenso que permite às empresas mais estruturadas poder continuar a crescer", acrescenta.

Banca dinamiza oferta

Num ano em que o Investidor Privado se retraiu na compra e o número de transacções caiu, a banca aparou a queda. Não com a libertação de crédito, mas com a colocação de casas provenientes de dações ou execuções judiciais. Mais baratas e com condições de financiamentos mais facilitadas. As três líderes de mercado assumem a importância deste fenómeno. "Está-nos a ajudar muito. Vendemos oito imóveis por mês, apesar de não estarem em muito boas condições", enfatiza a directora-geral da Remax, Beatriz Rubio.

Na Century 21, este segmento "já mereceu a criação de equipas especializadas para o tratamento dos negócios com a banca. É cada vez mais importante, não só pela oferta, mas também pela vantagem competitiva face a outros imóveis", sublinha o administrador, Ricardo Sousa.

Os novos negócios das mediadoras, que entram agora na gestão do financiamento e do arrendamento, são vistos pelas empresas como tendo grande potencial para fugir à crise. Há quem defenda que diminuição do rendimento disponível das famílias levará a um redimensionamento da casa em que vivem e consequentemente estimulará as transacções.

Luta pela liderança com falta de dados

A disputa de liderança entre a Era e a Remax continua ao rubro. Ambas reclamam o estatuto, ao mesmo tempo que assumem a falta de dados estatísticos credíveis. "O nosso objectivo é de duplicar a quota de mercado, que é de 10%", afirma Poisson. Mas a Remax também quer duplicar a quota até 2014? "Temos de fugir a esses números. Para serem colocados na comunicação social é preciso ética e é necessário uma instituição independente que fizesse esse controlo", responde.

Já Rubio defende que a percentagem do mercado deverá ser contabilizada apenas pelas "vendas", senão é "batota". "O número de transacções totais está a descer e se continuarmos com o mesmo nível de vendas conseguiremos atingir os 40% de quota", explica.

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