Ao fim de vários trimestres consecutivos de aceleração dos preços das casas, o mercado habitacional começa a apresentar sinais mais claros de travagem. No segundo trimestre de 2020, o valor de venda das casas ainda aumentou, mas há cada vez mais municípios onde se registam quebras ou uma estagnação dos preços.
Entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano, os preços das casas caíram em 87 municípios do país, o equivalente a quase 29% do total de 303 concelhos para os quais existem dados disponíveis. Esta é uma ligeira aceleração face ao início do ano, quando se contavam 86 municípios onde os preços tinham caído em termos trimestrais.
Os números são do Instituto Nacional de Estatística (INE) e dizem respeito ao segundo trimestre de 2020. A travagem dos preços das casas já começava a verificar-se no início deste ano, mas a pandemia, mostram os dados do INE, veio acelerar essa tendência.
A nível nacional, o valor mediano de venda das casas foi de 1.137 euros por metro quadrado no segundo trimestre, uma subida de 1,8% em relação ao primeiro trimestre de 2020 e de 10,3% face a igual período de 2019.
Na análise anual, a diferença é também expressiva. Entre o segundo trimestre do ano passado e o mesmo período deste ano, os preços caíram em 79 concelhos (26% do total). No primeiro trimestre deste ano, registavam-se quebras homólogas em 71 municípios.
Em Lisboa, a cidade mais cara do país, com um valor mediano de 3.376 euros por metro quadrado, os preços subiram 1,3% no segundo trimestre, abaixo da taxa de 2,6% que tinha sido registada no início do ano.
Também no Porto se verificou esta desaceleração. No segundo trimestre, o valor mediano de venda das casas no Porto fixou-se em 1.905 euros por metro quadrado, uma subida de 1,71% – ligeiramente abaixo do aumento de quase 2% que tinha sido registado no primeiro trimestre.