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Mais de 160 mil casas vendidas em Portugal em 2020

Após dois anos consecutivos em torno das 180 mil transações residenciais, e apesar de todas as incertezas que assombram a economia, este pandémico ano deverá ser fechado com “um mínimo de 160 mil e um máximo de 172.500” casas vendidas no nosso país, antecipa a consultora Imovendo.

Neste estado de emergência houve negócios de compra e venda de imóveis adiados. Mas o setor acredita numa recuperação.
Miguel Baltazar
23 de Novembro de 2020 às 14:29
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Apesar de mais severa do que a que foi vivida em março e abril, aparentemente a pandemia não está a abrandar a procura imobiliária.

 

"E, se o comportamento atual se mantiver até ao fim do ano, o mercado imobiliário poderá contar com cerca de 40 mil transações no último trimestre de 2020, o que se revelará como contracíclico face ao desempenho macroeconómico nacional e em linha com os resultados obtidos há apenas um ano", observa a consultora Imovendo no seu último relatório, a que o Negócios teve acesso.

 

Assim, conclui, após dois anos consecutivos em tornos das 180 mil transações residenciais, o ano de 2020, "apesar de toda a volatilidade que o caracterizou, e apesar de todas as incertezas que assombram a real capacidade da economia nacional recuperar em 2021, deverá assegurar um mínimo de 160 mil e um máximo de 172.500 negócios imobiliários", antecipa a Imovendo.

 

Um desempenho que, a concretizar-se, "deverá ser considerado como positivo, pois revela uma enorme capacidade de recuperação face a um segundo trimestre em que a contração foi superior a 21,5%", realça a mesma fonte.

 

Para a consultora liderada por Manuel Braga, esta resiliência é percetível à luz de dois fatores distintos, que impactam interesses praticamente antagónicos

 

Por um lado, considera, "os sinais de arrefecimento do mercado imobiliário são cada vez mais e com origem em cada vez mais entidades, pelo que do lado da oferta existe a perceção de que as atuais condições de mercado poder-se-ão não manter por muito mais tempo, e tal explica que, mesmo em estado de emergência, o fluxo de novas ofertas no mercado tenha sido constante".

 

Por outro, acrescenta a Imovendo, "quem quer comprar casa tem a expectativa de que os cenários mais negros não se verifiquem, mas não deixa de querer antecipar uma eventual deterioração da sua capacidade aquisitiva e da sua elegibilidade em termos de crédito à habitação".

 

Depois de um primeiro semestre marcado por um confinamento rigoroso ao longo de seis semanas, tendo o número de transações imobiliárias caído de 43.532 nos primeiros três meses para 33.398 entre abril e junho, "o terceiro trimestre do ano evidenciou diversos sinais positivos no mercado imobiliário".

 

Pela sua relevância, a Imovendo realça sinais como "a recuperação observada no crédito à habitação concedido pelas instituições financeiras" e de "uma crise económica subsequente que empurrou milhares de famílias para o layoff e o desemprego".

 

Contudo, para esta consultora imobiliária, estes sinais positivos devem ser contextualizados com base em três dinâmicas distintas, começando por registar que "parte dos créditos contratados entre julho e setembro reflete o efeito de descompressão que se sentiu entre maio e junho, e que colocou, inclusivamente, a procura imobiliária em níveis máximos nos últimos 12 meses".

 

O facto de as taxas Euribor estarem em valores mínimos históricos também deve ser tido em conta nestes resultados, pois permite a obtenção de crédito à habitação em condições competitivas.

 

Outra dinâmica a contribuir para este cenário é "a perceção, do lado da oferta, de que a conjuntura económica poderá deteriorar-se ao longo dos próximos meses, pelo que importa usufruir da relativa estabilidade dos ‘asking prices’, dos preços de venda e das avaliações imobiliárias", conclui a Imovendo.

 

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