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Imobiliário: “Procura que vem de fora, e mantinha o mercado aquecido, irá demorar a voltar”
Os mediadores imobiliários manifestam satisfação pela abertura da atividade, podendo “ver uma ‘luz ao fundo do túnel’, ténue que seja”, mas alertam: “Os projetos já começam a surgir, mas tememos que alguns não resistam à prova da covid-19 e fiquem no papel ou a meio do percurso.”
Foi com "enorme satisfação" que a Associação dos Mediadores do Imobiliário de Portugal (ASMIP) recebeu a "notícia de autorização de abertura da atividade" a partir da próxima segunda-feira, 15 de março.
"Apesar dos intermináveis dois meses de paragem, as mais de 40 mil pessoas que diariamente trabalham na atividade de mediação podem ver uma ‘luz ao fundo do túnel’, ténue que seja, por enquanto, mas crescentemente mais forte e rejuvenescedora do tempo perdido nos últimos 60 dias", afirma Francisco Bacelar, presidente da ASMIP, em comunicado.
Para este dirigente associativo, este desconfinamento traduz-se, também numa "excelente notícia para a própria economia, que beneficia com esta abertura, pois depende em muito da vitalidade do setor imobiliário", porquanto, considera, "pode-se construir, remodelar e reinventar, mas sem negócios o mercado não se aguenta, e é a mediação imobiliária que cumpre esse importante papel na cadeia económica".
"Sem o seu ‘forcing’ haveria muitos menos negócios, e a economia seria lesada, pelo que o regresso só pode ser de festejar, a bem da nossa atividade e da economia", enfatiza.
"É certo que não serão tempos fáceis, os preços têm-se mantido estáveis, mas a procura, sobretudo a que vem de fora e mantinha o mercado aquecido, irá demorar a voltar", alerta Francisco Bacelar.
Por outro lado, "os portugueses estão financeiramente mais débeis que nunca, o que pode impedir a procura, mas continua a haver necessidade do bem essencial que é a habitação, sobretudo a preços que possam ser suportados pela dita classe média", argumenta, considerando este "o próximo desafio, que para ser ultrapassado com satisfação precisa de mais construção, mas a preços suportáveis".
Entretanto, "os projetos já começam a surgir, mas tememos que alguns não resistam à prova da covid-19 e fiquem no papel ou a meio do percurso", atenta.
"Resta-nos esperar que este tenha sido o último confinamento provocado por esta pandemia, e que, doravante, quer a nossa classe quer o mundo possam recuperar o possível, lamentando, sem nunca esquecer as vidas perdidas, mas seguindo em frente", remata Bacelar.