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Gigante chinesa do imobiliário Country Garden em risco de incumprimento

A crise imobiliária na China continua a arrastar gigantes do setor. Depois da Evergrande, a Country Garden, maior promotora imobiliária chinesa por vendas, falhou o pagamento de juros de duas linhas de obrigações.

As medidas de restrição no acesso ao crédito impostas pelas autoridades chinesas puseram a descoberto a situação insustentável da Evergrande.
Aly Song/Reuters
09 de Agosto de 2023 às 10:12
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A Country Garden, maior promotora imobiliária por vendas chinesa,  está a braços com uma crise de liquidez e esta semana falhou o pagamento de juros de duas linhas de obrigações estando cada vez mais perto de entrar em incumprimento. O eventual colapso da gigante chinesa pode ser "pior" do que o da Evergrande, avisam os analistas da Bloomberg Intelligence (BI).


"Qualquer crise de dívida na Country Garden terá um impacto no mercado imobiliário da China e pode enfraquecer significativamente a confiança dos investidores", explica Kristy Hung, numa nota da BI publicada esta quarta-feira. E o eventual incumprimento da Country Garden afetaria mais o setor do que o da Evergrande uma vez que "tem quatro vezes mais projetos", apontou.


Uma posição partilhada por Andrew Lawrence, analista da TS Lombard.  "A Country Garden tem sido considerada por muitos na China como uma das melhores promotoras de imobiliário, mas ainda assim sofre dos mesmos problemas que todos os outros", disse, citado pelo Financial Times. E também acredita que qualquer crise na empresa vai abalar mais a segunda maior economia mundial do que a Evergrande, que entrou em incumprimento em 2021. 


A Country Garden tem agora 30 dias para pagar os cupões, estando no chamado período de graça. Só depois, caso não pague, é que se pode considerar que entra em incumprimento. 


A situação financeira de muitas construtoras chinesas, como a Evergrande, deteriorou-se após os reguladores chineses  implementarem algumas medidas em 2020 para tentar controlar o endividamento do setor. Passaram a exigir às empresas um teto de 70% na relação entre passivos e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor. Uma situação que foi agravada pelas medidas de combate à pandemia.


Dado o peso do setor na economia chinesa, o Governo recuou e anunciou nos últimos meses diversas medidas de apoio para tentar mitigar a crise de liquidez no imobiliário, com os bancos estatais a abrirem linhas de crédito multimilionárias para diversas construtoras.

No mês passado, a Evergrande, que teve perdas líquidas superiores a 72 mil milhões de euros nos últimos dois anos,  revelou que vai precisar de um financiamento adicional de até 300.000 milhões de yuan (37.892 milhões de euros) para cumprir o objetivo de garantir a entrega dos imóveis vendidos antes de terem sido concluídos. A construtura chinesa tem em curso um plano de reestruturação da sua dívida junto de credores internacionais.

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