A Fosun está de olho no mercado imobiliário europeu. A companhia chinesa está interessada em adquirir 18 edifícios na Potsdamer Platz em Berlim que valem 1,5 mil milhões de euros.

A notícia está a ser avançada pela Bloomberg esta quinta-feira, 19 de Março. A companhia presidida por Guo Guangchang (na foto) conta no negócio com a concorrência da Ping An, a segunda maior seguradora chinesa e as negociações estão a decorrer há vários meses.

Actualmente, a Potsdamer Platz é constituída por edifícios modernos, mas há 20 anos o cenário era muito diferente. Após a segunda guerra mundial, durante a guerra fria, a praça era terra de ninguém entre Berlim Ocidental e Oriental por onde passava, precisamente, o Muro de Berlim.

Com a reunificação das duas Alemanhas, a Daimler e a Sony investiram mais de mil milhões de euros para construir uma nova praça dominada por escritórios e hóteis de luxo, que se juntou aos ex-libris da capital alemã.

Os edifícios são detidos pela empresa sueca SEB AB e estão a ser comercializados pela norte-americana Eastdil Secured.

O complexo de edifícios que interessa à Fosun tem 500 mil metros quadrados de escritórios, apartamentos, lojas, restaurantes e inclui o hotel Mandala, o complexo de cinemas Cinemaxx e o centro comercial Arkaden.

As empresas chinesas têm investido em força na Europa nos últimos anos, devido à rentabilidade mais elevada no sector imobiliário em comparação com a China. Entre 2008 e 2014, os investidores chineses gastaram 39 mil milhões de dólares em compras na Europa, segundo dados da Real Capital Analytics

Depois dos investimentos do turismo, a Fosun está agora a olhar para o imobiliário. Foi no início de Março que a companhia comprou 5% da operadora de turismo britânica Thomas Cook por 128 milhões de euros. Isto, depois de ter comprado o francês Club Med, que detém resorts turísticos em todo o mundo, por 970 milhões de euros em Fevereiro.

A Fosun investiu fortemente em Portugal no último ano. As compras começaram em Maio quando adquiriu a seguradora Fidelidade (Caixa Seguros) por mil milhões de euros. Avançou depois para a REN e detém agora 5% do capital. Mais tarde, comprou a Espírito Santo Saúde, agora Luz Saúde.