Notícia
FMI: Preços reais das casas em Portugal duplicaram desde 2015
O FMI indica num relatório que os mercados imobiliários revelam crescentes sinais de sobrevalorização em toda a Europa, apontando cinco países como exemplo deste cenário, incluindo Portugal.
28 de Abril de 2023 às 07:32
Os preços das casas em Portugal duplicaram desde 2015, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI), que assinala que a diferença entre estes e as rendas acentuou-se desde a pandemia, segundo um relatório divulgado esta sexta-feira.
Num relatório regional sobre a Europa, o FMI)dá nota de que os mercados imobiliários revelam crescentes sinais de sobrevalorização em toda a região, apontando cinco países como exemplo deste cenário. "Os preços reais das casas duplicaram desde 2015 na República Checa, na Hungria, na Islândia, no Luxemburgo, na Holanda e em Portugal", pode ler-se no relatório.
Os técnicos do FMI sublinham que "desde a pandemia, a divergência entre os preços das casas e os rendimentos, e entre os preços das casas e as rendas, aumentou ainda mais".
Segundo as contas da instituição de Bretton Woods, os rácios preço das casas/rendimentos situam-se actualmente em mais de 30% acima das tendências de longo prazo, enquanto os rácios preço das casas/rendas "também excedem em muito as normas históricas, incluindo em economias do Norte da Europa ou de países europeus emergentes.
O FMI indica, neste sentido, que os modelos empíricos apontam para uma supervalorização de 15-20% na maioria dos países europeus, mas com as rendas ao banco ainda a aumentar e os rendimentos reais a serem prejudicados pela inflação, "os preços das casas caíram recentemente em muitos mercados".
Na mesma análise, assinala ainda que o aumento do custo de vida e as prestações ao banco das casas estão a "esticar" o equilíbrio familiar, que se pode deteriorar ainda mais caso existem mais choques adversos.
Em cenários adversos com maiores custos de vida e prestações mais altas, cerca de 45% das famílias - e mais de 80% de baixos rendimentos -- poderia enfrentar maiores dificuldades económicas.
Ainda assim, o FMI acredita que "os impactos nos balanços dos bancos devem ser geralmente contidos", mas considera que esta "fotografia fica mais sombria sob uma combinação de choques, incluindo uma grande correção nos preços das casas".
"Sob o padrão de referência (Common Equity Tier 1), a diminuição de capital do aumento do incumprimento da dívida das famílias não ultrapassaria 100 pontos-base na maioria dos países, mas uma desaceleração de 20% no mercado imobiliário aumentaria as perdas para um intervalo entre 100 a 300 pontos base, com os países do Sul e Leste da Europa a serem os mais severamente afetados", acrescenta.
Neste cenário, tais perdas podem levar a padrões de crédito mais rígidos, aumentando as hipóteses e ciclos adversos entre os balanços dos bancos, os preços de imóveis (e outros ativos) e economia real.
Num relatório regional sobre a Europa, o FMI)dá nota de que os mercados imobiliários revelam crescentes sinais de sobrevalorização em toda a região, apontando cinco países como exemplo deste cenário. "Os preços reais das casas duplicaram desde 2015 na República Checa, na Hungria, na Islândia, no Luxemburgo, na Holanda e em Portugal", pode ler-se no relatório.
Segundo as contas da instituição de Bretton Woods, os rácios preço das casas/rendimentos situam-se actualmente em mais de 30% acima das tendências de longo prazo, enquanto os rácios preço das casas/rendas "também excedem em muito as normas históricas, incluindo em economias do Norte da Europa ou de países europeus emergentes.
O FMI indica, neste sentido, que os modelos empíricos apontam para uma supervalorização de 15-20% na maioria dos países europeus, mas com as rendas ao banco ainda a aumentar e os rendimentos reais a serem prejudicados pela inflação, "os preços das casas caíram recentemente em muitos mercados".
Na mesma análise, assinala ainda que o aumento do custo de vida e as prestações ao banco das casas estão a "esticar" o equilíbrio familiar, que se pode deteriorar ainda mais caso existem mais choques adversos.
Em cenários adversos com maiores custos de vida e prestações mais altas, cerca de 45% das famílias - e mais de 80% de baixos rendimentos -- poderia enfrentar maiores dificuldades económicas.
Ainda assim, o FMI acredita que "os impactos nos balanços dos bancos devem ser geralmente contidos", mas considera que esta "fotografia fica mais sombria sob uma combinação de choques, incluindo uma grande correção nos preços das casas".
"Sob o padrão de referência (Common Equity Tier 1), a diminuição de capital do aumento do incumprimento da dívida das famílias não ultrapassaria 100 pontos-base na maioria dos países, mas uma desaceleração de 20% no mercado imobiliário aumentaria as perdas para um intervalo entre 100 a 300 pontos base, com os países do Sul e Leste da Europa a serem os mais severamente afetados", acrescenta.
Neste cenário, tais perdas podem levar a padrões de crédito mais rígidos, aumentando as hipóteses e ciclos adversos entre os balanços dos bancos, os preços de imóveis (e outros ativos) e economia real.