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Estádio com 11 épocas de I Liga vai ser convertido em 240 casas num investimento de 60 milhões
No antigo recinto do Sporting Clube de Espinho vai nascer um complexo habitacional formado por cinco edifícios. Os primeiros dois estão já em construção e só restam 11 apartamentos para venda. Custam entre 442 mil e um milhão de euros.
Inaugurado em 15 de março de 1926, o então Campo da Avenida, situado ao pé do mar, em Espinho, era pelado e nasceu apenas com uma pequena bancada central coberta.
Só ganhou relvado em 1983, quando o emblema da casa, o Sporting Clube de Espinho, ainda estava na I Liga.
Seis anos depois, o estádio dos tigres passou a chamar-se Comendador Manuel de Oliveira Violas, nome do fundador do grupo Violas (dono de cinco casinos, da Super Bock e da Cotesi), que viria a falecer em 1991.
O Sporting de Espinho tinha, entretanto, caído para a 2.ª Divisão. Ainda chegou a voltar à I Liga nas épocas 1992/93 e 1996/97, para depois entrar em profunda depressão desportiva e financeira.
Contando no seu palmarés 11 participações na I Liga, o Espinho milita atualmente na Divisão distrital de Aveiro. E há seis anos que anda com a "casa às costas", desde que o velhinho Estádio Comendador Manuel de Oliveira Violas foi demolido, em 2018, na sequência de um processo de insolvência em que o clube ficou sem dívidas, mas também sem património.
A 21 de maio de 2018, o Espinho dizia adeus ao seu estádio ao pé do mar, num encontro amigável com o Sport Clube Vianense, com quem tinha jogado a primeira partida naquele campo, 92 anos antes. Ganhou por 5-1.
Arliz e Mojidad constroem Espinho Beach Residences no antigo estádio
Meia dúzia de anos depois, o antigo estádio dos Tigres da Costa Verde está a dar lugar ao Espinho Beach Residences, um complexo residencial com 240 apartamentos, distribuídos por cinco blocos, num investimento de 60 milhões de euros da DTCN Business, que é detida em partes iguais pelos grupos Arliz e Mojidad.
A primeira fase do projeto, que está já em curso e tem conclusão prevista para o final do próximo ano, engloba a construção de dois edifícios – um com 23 apartamentos (entre T1 e T4) e três espaços comerciais, e outro com 42 frações (T1, T2 e T3).
Os preços dos apartamentos vão dos 412 mil euros a 1 milhão de euros e "foram já quase todos vendidos", garante a promotora, em comunicado.
De facto, no site do Espinho Beach Residences já só estão 11 apartamentos disponíveis para venda.
A DTCN Business avança que, "previsivelmente no primeiro trimestre do próximo ano, arrancará a construção de um terceiro edifício, com cerca de 25 apartamentos, cuja comercialização iniciará muito em breve".
Já os dois últimos blocos habitacionais, "igualmente posicionados em frente ao areal de Espinho, serão construídos na última fase do projeto, em período a designar", remata.
O Espinho Beach Residences, a nascer no cruzamento da Avenida 8 com a Rua 35, "tem merecido a atenção de locais, portugueses oriundos de outras cidades e cidadãos estrangeiros que procuram um estilo de vida mais leve e sereno, ao residir perto do mar, e de investidores que se afastam dos grandes centros urbanos por reconhecerem na costa um enorme potencial", realça António Nathooram, administrador da DTCN Business.