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UE pode poupar 49 mil milhões de euros em 2030 com energias renováveis

A União Europeia pode poupar 49.000 milhões de euros em 2030 se substituir as importações de petróleo para o transporte por energias renováveis domésticas. Uma transição que requer mudanças tecnológicas profundas, foi hoje anunciado.

20 de Fevereiro de 2018 às 13:10
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Segundo um estudo publicado hoje pela Fundação Europeia para o Clima, "a transição para a mobilidade limpa não pode ter êxito sem mudanças profundas nas tecnologias utilizadas para impulsionar os veículos".

"Os combustíveis limpos como a electricidade e o hidrogeno deverão converter-se na norma", sublinha a fundação.

O estudo, no qual também participaram a empresa Cambridge Econometrics e fabricantes de automóveis como a Renault-Nissan ou a BMW, entre outros, recorda que a UE importa, actualmente, 89% dos hidrocarbonetos e que estes são utilizados maioritariamente para o sector dos transportes.

O sector dos transportes é responsável por cerca de 27% do CO2 emitido na UE e é o principal gerador de contaminação do ar, que se calcula que provoca mais de 400.000 mortes prematuras por ano no conjunto da UE, recorda o estudo.

Além de limitar as emissões poluentes e contribuir para cumprir os objectivos ambientais do Pacto de Paris, a transição para transportes baixos em carbono poderia gerar 206.000 postos de trabalho líquidos em 2030, segundo o estudo.

Contudo, os analistas sublinham que aquele dado não deveria "mascarar" que se necessitam "esforços" para adaptar os trabalhadores do sector às tecnologias do futuro para que possam manter "empregos de qualidade".

"A partir de 2030, as mudanças estruturais serão muito profundas e incertas, adianta o estudo, que refere ainda que as futuras plantas de produção de baterias eléctricas na UE terão um "impacto económico significativo".

Na semana passada, o vice-presidente da Comissão Europeia para a União da Energia, Maros Sefcovic, sublinhou que o mercado global das baterias eléctricas representará 250.000 milhões de euros em 2025 e estimou que a UE precisa de se dotar de 10 grandes "gigafábricas" daquela tecnologia para ser competitiva a nível global.

O estudo adianta que a revolução ecológica dos transportes rodoviários também vai precisar de um investimento de cerca de 23.000 milhões de euros acumulados em infraestruturas de carregamento, incluindo 9.000 milhões de euros para carregadores de acesso público.

Segundo o cenário central analisado no estudo, se um de cada quatro veículos vendidos na UE em 2030 não emitir gases com efeito estufa, outros 25% forem completamente híbridos e a metade dos restantes forem semi-híbridos, o transporte europeu reduziria em 88% as suas emissões de CO2 no horizonte de 2050.

"Na perspectiva dos condutores, o custo total dos veículos com zero emissões (VCE ou ZEV, nas siglas em inglês) é provável que convirja com o dos híbridos e o dos motores de combustão tradicional na próxima década, especialmente se os governos estimularem esta convergência através de políticas inteligentes", adianta o estudo.

O director de Transporte da Fundação Europeia para o Clima, Pete Harrison, comentou a propósito do estudo que há consenso de que "a indústria europeia deve de manter-se na vanguarda da inovação em tecnologia limpa para continuar a ser competitiva num mercado de rápida evolução".

"Contudo, ainda ficam muitos desafios no caminho, incluindo os trabalhadores, e é preciso assegurar-nos que não fica ninguém de lado", sublinhou.

O estudo foi publicado uma semana antes do Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão Europeia começarem a negociação final da revisão da normativa comunitária sobre energias limpas.
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