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"Transição energética não significa apenas eletrificação", diz Sofia Tenreiro

Tem de se olhar para as fontes de energia mais sustentáveis e saber como é que se enquadram para cada um dos tipos de utilização, disse Sofia Tenreiro, administradora da Galp Energia.

Filipe S. Fernandes 24 de Março de 2021 às 12:40

"É importante que as regras sejam o mais claras possível no que tem a ver com a regulação em termos de carregamentos e de acesso à infraestrutura", referiu Sofia Tenreiro, administradora da Galp Energia, keynote speech na Eletric Summit, uma organização do Jornal de Negócios com o apoio da Galp que, durante dois dias, reúne duas dezenas de especialistas para debater o papel da mobilidade elétrica e sustentável no futuro do planeta.

 

Sofia Tenreiro sublinhou que é necessário "um enquadramento regulatório que seja claro e permita a agilidade porque hoje há operadores que operam mas não com as mesmas regras que todos os outros". Considerou que as dificuldades sentidas com os licenciamentos são um dos grandes bloqueios à mobilidade elétrica e sustentável. "Precisamos que as entidades envolvidas nos licenciamentos tenham tempos de resposta muito mais rápidos do que aqueles que temos hoje em dia para conseguir que os investimentos que estamos a fazer beneficiem mais rapidamente os consumidores e, por isso, lhes retirem essa desconfiança que existe".

 

A rede de carregamentos atualmente está à frente das necessidades. "O que temos hoje seria suficiente para uma quota de mercado de 20% de automóveis elétricos, mas precisamos de maior rapidez no licenciamento das câmaras, da rede elétrica, para que todos fiquem ativos", enfatizou Sofia Tenreiro.

 

Energias sustentáveis

 

A administradora da Galp Energia considerou que a Galp está a fazer a sua transformação e transição energética, sendo hoje o maior produtor ibérico de energia solar. A Galp é uma empresa de energia integrada e que procura fornecer a energia que é necessária para o país e para os países onde estão presentes, e tanto para os consumidores domésticos e empresariais, como para a mobilidade.

 

"Se no passado esta era uma energia fóssil, hoje em dia temos caminhado para as renováveis e para a aposta na mobilidade elétrica, que é muito séria e que começou há dez anos quando colocámos o nosso primeiro carregador. Em dezembro de 2020 colocámos o primeiro carregador ultrarrápido, que significa carregar em menos de 15 minutos energia para 200 quilómetros. Hoje já temos mais de 800 postos entre os que estão ativos e os que estão em projeto a ser implementados", referiu Sofia Tenreiro.

 

O futuro é elétrico para a Galp, admitiu Sofia Tenreiro, mas acrescentou que "procuramos perceber quais são as várias fontes de energia como o gás natural, que é muito menos poluente, a aposta no GNV (Gás natural Veicular) e criar um corredor para veículo de transporte de mercadorias - e já existe um posto de abastecimento em Sines e em breve na batalha para conseguir abastecer de GNV".

 

Trabalhar na transição energética não significa apenas eletrificação mas olhar para as fontes de energia mais sustentáveis e saber como é que se enquadram para cada um dos tipos de utilização, disse a gestora da Galp desde 2019. "Em termos de aviação acreditamos que antes da eletrificação, ainda vamos passar pelos biocombustíveis em que já temos disponíveis. É importante pensar nestas várias fontes de energia alternativas mais sustentáveis para garantir que cada um tem a energia que mais se adequa às suas necessidades".

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