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Pires de Lima: Ir de Braga a Faro com carro elétrico vai ser possível este verão

As questões da mobilidade serão em parte resolvidas pela mobilidade elétrica, diz António Pires de Lima, CEO da Brisa, prometendo que este verão já vai ser possível fazer Braga-Faro ou Lisboa-Espanha de carro elétrico.

Filipe S. Fernandes 24 de Março de 2021 às 12:03
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"Já este verão vai deixar de existir, se quiser, a desculpa para não fazer a sua viagem de férias, num automóvel elétrico na rede de auto estradas da Brisa", prometeu António Pires de Lima, CEO da Brisa, durante o debate "Futuro da Mobilidade em Portugal", no âmbito da Electric Summit, organizada pelo Jornal de Negócios com o apoio da Galp.

 

A empresa está a fazer um investimento em parceria com as empresas de distribuição de combustíveis em 20 áreas de serviço com a instalação de 80 postos de carregamento rápido ou super-rápido, que permitem que, em 10 a 20 minutos, se carregue totalmente um automóvel elétrico.

 

"Através desta intensa rede de carregadores, vai ser possível a qualquer utilizador da rede concessionária da Brisa poder ir do Minho ao Algarve, do Porto a Aveiro e depois de Lisboa até Espanha utilizando o seu carro elétrico", afirma António Pires de Lima.

 

Nos primeiros dois meses e meio de 2021, apesar do confinamento devido à pandemia de Covid-19, já foram instalados na rede elétrica 443 tomadas, ou seja, "aumentámos em quase 15%", assinala Luís Barroso, CEO da Mobi-E, sociedade gestora da rede de mobilidade elétrica que está colocada no mercado, desde de Julho do 2020.

 

Luís Barroso sublinhou os principais aspetos da solução portuguesa em relação ás congéneres estrangeiras. A sua principal vantagem é a universalidade que permite ao utilizador o acesso a todos os pontos de carregamento. "Isto permite uma maior otimização da utilização do que se houvesse redes próprias. Além disso permite que a concorrência não seja feita através de aspetos geográficos ou de localização dos postos, mas mais daquilo que interessa ao utilizador que é no preço e na qualidade do serviço", sublinha Luís Barroso.

 

Líder nos carregadores ultrarrápidos

A mobilidade é cada vez mais estruturante na Efacec e, num contexto de transição energética e no contexto de descarbonização da economia, "assume nesta altura uma importância relevante", reconhece Ângelo Ramalho, CEO da Efacec. Explicou que devido às políticas públicas de colocar a oferta à frente da procura no fim da década passada. A partir de conhecimentos em tecnologia detidos pela Efacec, esta criou soluções para o carregamento de veículos elétricos. Com isso tornou-se numa empresa líder "num nicho específico desse mercado, que é o nicho da carga rápida e ultrarrápida, num mercado que é emergente com cenários de crescimento. É incontornável que as questões da mobilidade, serão em parte resolvidas pela mobilidade elétrica e neste quadro queremos ter um papel relevante", referiu Ângelo Ramalho.

 

O primeiro grande desafio para as instituições financeiras de crédito especializado que estão a operar no financiamento automóvel "prende-se com a necessidade de haver um enquadramento fiscal e orçamental que esteja razoavelmente estabilizado. A transição tecnológica tem alguma instabilidade e alguma incerteza devido às próprias soluções tecnológicas porque os valores do veículos a prazo alteram-se significativamente, tal como o bem como colateral, o veículo como garantia de financiamento, na sua evolução ao longo do ciclo de financiamento", referiu Pedro Gouveia Alves, CEO do Montepio Crédito.

Esta instituição de crédito especializada trabalha com mais de 500 parceiros em todo o mercado nacional, disponibiliza um trabalho de consultoria sobre a migração de frotas a combustão para frotas elétricas ou eletrificadas. Pedro Gouveia Alves sublinha que alguma a instabilidade no calculo do valor residual das viaturas como um fator que influi nas decisões dos gestores na transformação das suas frotas de veículos a combustão para veículos elétricos ou eletrificados.

 

Por isso é natural que "é natural que os gestores comecem a tomar decisões ao nível da transformação das suas frotas para frotas híbridas plug-in, e depois para frotas elétricas", conclui Pedro Gouveia Alves.