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Suecos da Boliden recebem aval de Bruxelas para comprar mina de Neves-Corvo

A aquisição da mina de Neves-Corvo pelos suecos da Boliden à Lundin Mining foi tornada pública em 9 de dezembro de 2024 e deverá ser concluída nas próximas semanas.

01 de Abril de 2025 às 12:27
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A mineira sueca Boliden anunciou esta terça-feira que recebeu todas as aprovações regulatórias da União Europeia para a aquisição das minas de Neves-Corvo, da Somincor, e Zinkgruvan, a 250 quilómetros de estocolmo. "A Comissão Europeia aprovou a aquisição pela Boliden das minas Somincor - Sociedade Mineira de Neves-Corvo em Portugal e Zinkgruvan Mining Aktiebolag na Suécia", disse a empresa em comunicado.

"Com esta aprovação, a Boliden recebeu todas as autorizações regulatórias necessárias para concluir a transação, que incluem o aval em termos de controlo de fusões dado pela Comissão Europeia, a aprovação da Inspeção para os Produtos Estratégicos sob a Lei Sueca de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) e a aprovação da mudança de controlo no âmbito do contrato de concessão português para Neves Corvo e ainda a  Aprovação das Licenças Fundamentais", disse a Boliden no mesmo comunicado.

A aquisição da mina de Neves-Corvo pelos suecos à Lundin Mining foi tornada pública em 9 de dezembro de 2024 e deverá ser concluída nas próximas semanas, assim que estejam cumpridas todas condições restantes para o fecho do negócio. 

A histórica mina de cobre, chumbo e zinco de Neves-Corvo, situada em pleno Alentejo (município de Castro Verde, distrito de Beja), vai assim mudar de mãos para os suecos da centenária Boliden, fundada em 1924. Foi no final do ano passado que a multinacional sueco-canadiana Lundin Mining (dona da mina desde 2006) anunciou a venda da Somincor, que detém a concessão da exploração mineira de Neves-Corvo, por 1,47 mil milhões de euros, um valor que inclui também a mina sueca de Zinkgruvan no mesmo negócio.

Em entrevista ao Negócios, Mikael Staffas, presidente e CEO da Boliden, garantiu que os novos donos de Neves-Corvo contam assumir a gestão e operação daquela que é a maior mina de zinco e sexta maior de cobre na Europa num prazo máximo de seis meses - ou seja, até meados deste ano - assim que tiverem todas as autorizações de Lisboa e Bruxelas.

Quanto a mudanças, os suecos querem sobretudo aumentar - e muito - a segurança (e erradicar acidentes fatais), torná-la numa mina de "classe mundial" e aumentar a sua produtividade. O número de trabalhadores permanecerá, para já, o mesmo (cerca de 2.000 pessoas), mas a Boliden não descarta ajustar a força de trabalho no futuro.

"O último projeto que comprámos, antes destas duas minas, foi há oito anos no norte da Finlândia. Trata-se de uma mina de níquel e é a segunda maior da Europa, contendo 30% de todo o níquel que é minerado no continente. Como empresa, não fazemos aquisições muito frequentemente e somos seletivos nos ativos que juntamos ao nosso portefólio. Preferimos desenvolver os nossos próprios projetos. Esta é uma exceção, já que preferimos construir as nossas próprias minas, em vez de comprar as dos outros. Não prevemos fazer mais compras num futuro próximo. A nossa estratégia é muito clara e damos prioridade a tomar conta do que já temos em mãos e aos nossos recursos, em vez de apenas comprar, comprar, comprar. Só fazemos aquisições seletivas e foi esse o caso de Neves-Corvo", disse o CEO da Boliden Mikael Staffas, em entrevista ao Negócios, publicada em fevereiro. 

Depois de concluído o negócio, a Boliden passará a operar sete áreas mineiras (Suécia, Finlândia, Irlanda e Portugal) e cinco fundições. As duas novas minas irão aumentar a capacidade de fundição da empresa de 35 para 70% no zinco e de 30 para 40% no cobre. 

Em termos de minério concentrado, a produção aumentará (face a 2023) 95% no zinco e 43% no cobre. Em termos de EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), a Boliden calcula que a contribuição de Neves-Corvo e Zinkgruvan, nos próximos cinco anos, seja entre 300 e 350 milhões de dólares por ano. 

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