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Siemens vai eliminar quase 7.000 empregos

Metade dos 6.900 postos de trabalho que deverão desaparecer diz respeito à Alemanha. No resto da Europa, a multinacional deverá eliminar 1.100 posições. Mas deixa em aberto a possibilidade de parte dos trabalhadores afectados vir a ocupar vagas disponíveis noutras áreas.

Bloomberg
16 de Novembro de 2017 às 15:24
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A alemã Siemens vai reduzir em quase 7.000 o número de empregos e encerrar pelo menos duas localizações, com a maioria dos cortes de postos de trabalho a acontecer na Alemanha e a decorrer "ao longo de vários anos."

A redução, anunciada em comunicado esta quinta-feira, 16 de Novembro, deverá afectar sobretudo (6.100 empregos) a área de negócio de energia e gás, aquela que tem criado mais dificuldades à companhia, devido a quedas pronunciadas no número de encomendas, avança a Bloomberg.

Metade dos 6.900 postos de trabalho será eliminada no país de origem da multinacional, a Alemanha, enquanto os restantes países europeus extra-Alemanha perderão 1.100 postos de trabalho. Questionadas sobre o impacto em Portugal, fonte oficial da Siemens no país disse que "nada tem a acrescentar ao que foi divulgado a nível internacional". A Siemens Portugal emprega cerca de 2.000 pessoas, distribuídas por Portugal, Angola e Moçambique.

No mercado germânico a empresa tem actualmente 115.000 funcionários. Na Alemanha, os locais a encerrar serão as instalações de Goerlitz (onde são produzidas turbinas de gás, cuja procura caiu "drasticamente") e Leipzig, onde estarão em causa 920 empregos segundo o jornal Bild. Já as instalações de Offenbach e Erlangen serão fundidas. Outras duas cidades alemãs perderão quase mil empregos - 640 em Muellheim e 300 na capital, Berlim.

Os Estados Unidos verão ser reduzida a força de trabalho em 1.800 pessoas, a maioria dos 2.500 que serão cortados nos países fora da Europa. 

Os representantes dos trabalhadores vão começar a ser contactados em breve para a implementação das reduções de pessoal, que a empresa quer que aconteçam da forma mais "socialmente responsável que for possível." Uma das possibilidades previstas é fazer transitar estas pessoas para vagas noutros departamentos, com a adequada formação. 

O comunicado da empresa que dá conta da alteração refere que esta é a forma que a companhia encontrou de se adaptar às "mudanças estruturais rápidas na geração de energia com combustíveis fósseis e no sector das commodities". É, segundo a Bloomberg, a maior redução de efectivo levada a cabo pela empresa em mais de dois anos.

"Os cortes são necessários para assegurar que a nossa competência em tecnologias de centrais energéticas, geradores e grandes motores eléctricos permanece competitiva no longo prazo. É o objectivo por detrás das medidas que estamos a levar a cabo," afirma Janina Kugel, responsável pelos recursos humanos da Siemens, no comunicado.

No ano fiscal de 2017, a empresa diz ter contratado cerca de 39 mil pessoas em todo o mundo, cerca de 5.200 na Alemanha, e tem hoje 3.200 vagas por preencher.  


As acções da Siemens sobem 0,67% para 115,71 euros em Frankfurt, depois do anúncio.

De acordo com os resultados preliminares, no quarto trimestre do ano fiscal de 2017 o grupo Siemens lucrou 1.293 milhões de euros, mais 10% do que no mesmo período do ano passado, com o resultado líquido da área industrial a cair 10% em relação ao período homólogo e da unidade de Power&Gas a recuar 40%. O relatório anual preliminar será conhecido a 29 de Novembro. 

(notícia actualizada às 18:31 com mais informação)
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