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Siderurgia Nacional diz-se "estrangulada" com preços da energia. Pede ação urgente do Governo
Face ao cenário de eleições antecipadas, a empresa pede a "aplicação urgente" das medidas já anunciadas pelo Executivo, entre as quais o novo estatuto do consumidor eletrointensivo, o aumento da compensação dos custos indiretos do CO2 e a eliminação do custo com a tarifa social para consumidores eletrointensivos.
O grupo espanhol Megasa, dono da Siderurgia Nacional, voltou a avisar esta sexta-feira que "o setor eletrointensivo nacional está estrangulado pelo escalar dos preços da energia", apelando à "aplicação urgente" das medidas já anunciadas pelo Executivo, entre as quais o novo estatuto do consumidor eletrointensivo, o aumento da compensação dos custos indiretos do CO2 e a eliminação do custo com a tarifa social para consumidores eletrointensivos.
"O setor produtivo nacional não pode esperar mais", defende Álvaro Alvarez, administrador da empresa, em comunicado, no qual a Megasa - Siderurgia Nacional diz que se "junta ao apelo deixado pelo Presidente da República, que recordou que o país não pode travar decisões essenciais devido à realização de eleições legislativas".
Alvarez frisa ainda que "a situação política atual não pode atrasar a aplicação destas medidas no curto prazo. Um novo executivo já não chegará a tempo de as implementar. Ora, sendo estas medidas transversais e amplamente aceites pelos principais partidos, incitamos o atual executivo a avançar de imediato com elas".
Tendo já fechado portas no passado por causa dos preços altos da energia, a Siderurgia Nacional aponta três questões-chave a que o atual Governo já deu o seu aval e que pode ainda executar:"Deve garantir a aprovação formal de Bruxelas e a imediata aplicação do estatuto Eeletrointensivo. Quanto à autorização orçamental para aumentar a compensação dos custos indiretos do CO2, esta deve ser já requerida a Bruxelas e garantir um orçamento reforçado em 2025. A eliminação do custo com a tarifa social para consumidores eletrointensivos é uma medida que já foi acolhida pelo governo, mas ainda não foi executada".
Diz a empresa que estas medidas são essenciais para "evitar reduzir a produção da Megasa e perder competitividade relativamente ao exterior", garantindo que neste momento se encontra "em desvantagem face às suas concorrentes europeias que, em alguns países, já beneficiam do estatuto de eletrointensivas e de medidas de apoio muito mais ambiciosas do que as existentes em Portugal, garantindo desta forma uma maior competitividade da indústria".
A Megasa é a maior indústria eletrointensiva em Portugal, com exportações equivalentes a 1.000 milhões de euros anuais. A empresa elogia ainda o plano de ação para as indústrias do aço e metal da Comissão Europeia. Esta semana, Bruxelas pediu que "no curto prazo, os Estados-Membros façam uso de todas as flexibilidades fornecidas pela legislação europeia na área da energia e às regras de ajuda dos próprios estados no sentido de diminuir os custos para as indústrias eletrointensivas."
Segundo a empresa, perante o escalar dos preços da energia, tem procurado implementar projetos de autoconsumo de energia, que garantam a redução da sua dependência face à rede elétrica. "É disso exemplo a criação de um parque fotovoltaico na fábrica da Maia. No entanto, os projetos para a fábrica do Seixal carecem ainda da conclusão do processo junto das respetivas autoridades. Estes são projetos estratégico, de futuro e necessários para a empresa e, consequentemente, para a economia local e nacional", remata a Megasa.