"Sempre tivemos planeadas operações de refinanciamento para este ano, que seriam feitas antes do Verão", revelou o administrador financeiro da empresa, Gonçalo Morais Soares (na foto), esta quinta-feira, 17 de Março, durante a apresentação de resultados anuais. Contudo, não avançou com mais detalhes sobre a operação.

O gestor sublinhou que a ida aos mercados faz parte do "refinanciamento normal da empresa" e que o objectivo é "garantir liquidez para dois anos". Analisando as suas opções, afirmou que a "primeira opção era ir ao mercado emitir dívida".

Sobre as políticas anunciadas pelo Banco Central Europeu (BCE), Gonçalo Morais Soares apontou que a decisão teve o "efeito de baixar os custos de financiamento das empresas", levando a Brisa e a EDP a ir ao mercado. A operação da gestora das redes de gás e de electricidade, contudo, já estava planeada antes do anúncio de Frankfurt

O administrador financeiro recordou também que as "regras em concreto não estão definidas" e que as compras do BCE "não devem começar já". Todavia, o anúncio feito por Mario Draghi teve "imediatamente o impacto de melhorar as condições no mercado".

Primeiro, foi a Brisa a ir ao mercado buscar 300 milhões de euros, numa operação com uma taxa ligeiramente acima dos 2%. Depois, foi a EDP a conseguir obter 600 milhões de dívida a sete anos, com um juro de 2,4%.

Foi na passada semana que o BCE anunciou que iria começar a comprar obrigações de empresas com "ratings" de qualidade, anúncio que provocou uma descida das taxas.