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Regulador exige explicações à Galp sobre atrasos nas facturas

Dezenas de clientes de luz e de gás da Galp queixaram-se ao regulador por não receberem facturas. A ERSE quer saber porque é que as facturas não foram entregues e exige que os clientes possam pagar em tranches.

A Galp Energia é uma das empresas que recolhe a confiança dos gestores na bolsa lisboeta. Os fundos mantinham 7,5% do capital alocado na petrolífera, uma aposta que se tem revelado certeira. A empresa sobe mais de 13% na bolsa, em 2018.
Galp
10 de Outubro de 2017 às 22:00
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O regulador de energia já recebeu "dezenas de reclamações e pedidos de informação" de clientes de electricidade e de gás natural da Galp por não terem recebido facturas.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) disse ao Negócios que já questionou a energética pela não-emissão de facturas dos clientes da Galp Power, empresa que comercializa electricidade e gás natural.

O regulador está preocupado com a situação, pois a facturação tem de ser enviada todos os meses para os clientes, a não ser que haja um acordo em contrário. A ERSE também teme que os consumidores sejam obrigados a pagar as facturas em atraso de uma só vez, sobrecarregando assim as carteiras das famílias e empresas.

Em resposta ao regulador, a Galp explicou que tinha ocorrido uma situação de "carácter excepcional", que impossibilitou a "emissão de facturação atempadamente". A empresa reconhece que os consumidores têm direito a pagar em tranches o valor das facturas não-emitidas, avançou a ERSE.

Segundo um requerimento entregue pelo CDS-PP no Parlamento (ver caixa), há clientes da Galp que não receberam ainda as facturas de Agosto e Setembro.

Mas o regulador liderado por Maria Cristina Portugal não ficou satisfeito com as explicações e voltou a questionar a Galp.
A ERSE exige saber qual o número total de clientes de electricidade e de gás natural afectados por esta situação, e qual a informação que a empresa tem prestado aos consumidores afectados sobre o "direito ao fraccionamento do pagamento do valor exigido", e também qual o número de clientes a que já foi concedido o pagamento em tranches.

Mas o pedido de esclarecimento da ERSE não fica por aqui, pois também quer "obter explicações sobre a natureza, descrição e duração da situação de "carácter excepcional" que é invocada pela Galp Power", bem como se esta situação já foi ultrapassada, em que data, ou se existe data prevista para o seu fim.

A ERSE ainda está a aguardar pelas respostas da Galp, pois ainda decorre o prazo de resposta. A Galp rejeitou responder a todas as perguntas colocadas pelo Negócios em relação a esta situação.

Numa mensagem a que o Negócios teve acesso, a Galp pede "desculpas" por ainda não ter enviado a factura de electricidade/gás, e assume o compromisso de a "emitir durante o mês de Outubro". A empresa assinala que está disponível para "realizar um acordo de pagamento sobre o valor acumulado" da factura.

O serviço de apoio ao consumidor de energia da ERSE "tem prestado informações aos consumidores afectados sobre o seu direito ao pagamento fraccionado do valor exigido, sem que sejam cobrados juros".

CDS já perguntou pelas facturas

Os deputados do CDS-PP já questionaram a ERSE sobre a não-emissão das facturas pela Galp On, e entregaram um requerimento a 3 de Outubro a pedir intervenção. "Ao apresentar uma factura que inclui três meses de consumo, a Galp On [designação para consumidores domésticos] está a violar estes padrões [de qualidade], e a desrespeitar os consumidores – particulares e empresas – que, assim, se verão confrontados com valores acumulados, correndo o risco de não conseguir pagá-los na totalidade de uma só vez".

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