As interligações energéticas são importantes para Portugal poder exportar a sua energia para a Europa. A energia renovável gerada a partir do vento ou sol português pode vir a dar luz às famílias no norte da Europa dentro de poucos anos. Mas se os Pirinéus não vão ser suficientes para bloquear a electricidade portuguesa e espanhola, França está a dificultar a chegada e passagem desta energia.

"Há entidades, há países, que a coberto da segurança no abastecimento, instituem procedimentos técnicos do século passado para a electricidade desde século, do futuro. Esses procedimentos bloqueiam esta electricidade", disse o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) esta quinta-feira, 3 de Dezembro.

"Estou a falar concretamente da França que tem sido, e continuará a ser se não for posta na ordem, uma força de bloqueio a esta nossa ambição", apontou António Sá da Costa na conferência anual da APREN que decorreu no Estoril.

A problemática do bloqueio francês também foi sublinhada pelo director da Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG). "França não tem facilitado nada o aumento das interligações entre Espanha e França", começou por destacar Carlos Almeida.

"Esta é uma questão política: França tem muito peso na Comissão Europeia. Mas Bruxelas quer um mercado único de energia, e apesar de França ser actualmente uma barreira, com o tempo vai deixar de o ser", concluiu.