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OPA da EDP sobre a EDP Brasil vai avançar no terceiro trimestre do ano

Antes da abertura do período de compra das ações que ainda pertencem a acionistas minoritários, o regulador brasileiro deverá ainda dar luz verde à operação até ao mês junho, anunciou a EDP na apresentação de resultados.

Bárbara Silva / Negócios
05 de Maio de 2023 às 12:40
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A EDP revelou esta sexta-feira que oferta pública de aquisição (OPA) sobre a EDP Brasil, anunciada no início de março no Capital Markets Day da elétrica, será lançada no terceiro trimestre de 2023. Em caso de sucesso, a EDP investirá nesta operação mil milhões de euros, já financiados pelo aumento de capital 

Antes da abertura do período de compra das ações que ainda pertencem a acionistas minoritários, o regulador brasileiro deverá ainda dar luz verde à operação até ao mês junho, anunciou a EDP na apresentação de resultados relativa ao primeiro trimestre do ano publicada enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O primeiro pedido de oferta pública de aquisição por parte da elétrica deu entrada na Comissão de Valores Mobiliários brasileira em março, com um segundo pedido a ser feito em abril, após um ajustamento de preço.     

"Estamos confiantes que esta OPA permitirá uma simplificação da estrutura corporativa e organizacional da EDP e permitirá aumentar a flexibilidade da gestão financeira e operacional dos negócios no Brasil", disse o CEO da EDP, Miguel Stilwell, numa chamada com analistas. Além disso, acrescentou, a compra da posição minoritária na EDP Brasil permitirá aumentar o foco nas energias renováveis e redes de eletricidade no país. 

Questionado sobre a possibilidade de a EDP não conseguir levar a OPA adiante, Stilwell garantiu ainda que "o risco é baixo". "Não há razão para os acionistas minoritários da EDP Brasil não aceitaram a oferta de aquicição", assegurou.

Foi no Capital Markets Day, que teve lugar no início de março, que a EDP anunciou a intenção de lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre 100% do capital social da sua subsidiária EDP Brasil, da qual detém 56%, tendo em vista a aquisição das ações detidas pelos acionistas minoritários.

A operação prevê também a retirada de bolsa da EDP Brasil, com o objetivo de "promover a simplificação corporativa". 

Para financiar a compra da EDP Brasil, e parcialmente o novo plano de investimento, a EDP anunciou em simultâneo um aumento de capital, no valor de mil milhões de euros, já financiado por acordos de investimento com o seu maior accionista, a China Three Gorges, e também com a Lisson Grove Investment, uma afiliada do fundo soberano de Singapura GIC Private Limited e da Autoridade de Investimento de Abu Dhabi. 

EDP Brasil fora de bolsa no segundo semestre de 2023  

A EDP detém diretamente 56,05% da EDP Brasil, mas consolida 57,55% pelo ajuste da detenção de ações próprias. O registo de oferta pública para aquisição da subsidiária brasileira foi já apresentado à Comissão de Valores Mobiliários brasileira.

A EDP dispõe-se a pagar aos acionistas minoritários da EDP Brasil um valor atualizado de 22,73 reais por ação (cerca de 4,3 euros). Estarão sujeitas à oferta pública de aquisição mais de 240 milhões de ações. 

"O Brasil é um mercado de grande dimensão com bases sólidas e várias oportunidades na transição energética, onde a EDP continuará a apostar em redes e energias renováveis através de uma remodelação da sua carteira", disse a EDP em comunicado.

Desde 1995, a EDP Brasil cresceu com mais duas concessões de distribuição de eletricidade com 3,8 milhões de clientes, linhas de transmissão com mais de 2 mil quilómetros e 2GW de capacidade hidroelétrica. A EDP Renováveis Brasil, fundada em 2009, tem 1,1 GW de renováveis em atividade.

"Esta operação irá reforçar o foco nos segmentos de energias renováveis e redes, ao mesmo tempo que reduz a exposição à geração hídrica e prevê saída da produção termoelétrica", rematou a EDP.
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