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Moody’s: Venda das barragens é “positiva” para o rating da EDP
A agência de rating considera que a venda de seis barragens à Engie é positiva para o rating da EDP e que melhorará o seu perfil de risco, na medida em que a percentagem dos resultados referente a atividades reguladas e contratadas aumentará para 80% do EBITDA.
A agência Moody’s considera que a venda de seis centrais hídricas da EDP, anunciada a 19 de dezembro, é "positiva" para o rating da elétrica portuguesa, na medida em que o encaixe, de 2,2 mil milhões de euros, será usado para reduzir a dívida e financiar o programa de investimentos.
Numa nota de análise divulgada esta segunda-feira, 23 de dezembro, a agência de rating acrescenta ainda que a alienação está "totalmente em linha" com o plano estratégico apresentado em março de 2019 e que, depois da concretização do negócio, o perfil de risco da EDP "melhorará modestamente", já que a percentagem dos resultados referente a atividades reguladas e contratadas aumentará de aproximadamente 75% do EBITDA do grupo, de 3,3 mil milhões em 2018, para cerca de 80%.
"A alienação também vai melhorar as métricas de crédito da EDP, refletindo a elevada avaliação alcançada, com um múltiplo implícito EV/EBITDA de 14,4x (com base no EBITDA de 2018)", refere também a agência Moody’s, que atribui à elétrica um rating de Baa3, o primeiro nível acima do patamar de lixo.
A empresa liderada por António Mexia vai vender os ativos a um consórcio composto pela Engie, que detém 40%, pelo Crédit Agricole Assurances (35%) e pela Mirova – do grupo Natixis (25%).
Os ativos em causa são seis centrais hídricas: três centrais de fio de água (Miranda, Bemposta e Picote) e três centrais de albufeira com bombagem (Foz Tua, Baixo Sabor e Feiticeiro).
"O valor da transação acordado representa um Enterprise Value de €2.210 milhões (com o equity value sujeito a ajustamentos até à conclusão da operação)", revelou a EDP no comunicado emitido para a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) no passado dia 19 de dezembro.
O valor ficou em linha com as estimativas, que apontavam para que a venda destes ativos rendesse à elétrica liderada por António Mexia cerca de dois mil milhões de euros.