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Martifer junta-se à Galp e EDP no consórcio de 1,5 mil milhões para o hidrogénio

Martifer, Galp, EDP, REN e Vestas fazem parte de um mega consórcio pan-europeu que se propõe avaliar a viabilidade do projeto H2 Sines, que visa implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines.

A Martifer é controlada pela I'M, dos irmãos Carlos e Jorge Martins (na foto), e Mota-Engil. Record
27 de Julho de 2020 às 19:50
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Numa primeira fase, o consórcio formado pela EDP, a Galp, a REN, a Martifer e a dinamarquesa Vestas, a que se juntam "diversos parceiros europeus", prevê "a instalação de um projeto-piloto de 10MW de eletrólise que, ao longo da corrente década, possa, em função de critérios económicos e tecnológicos, evoluir até 1GW de capacidade de eletrólise, suportados, a prazo, por cerca de 1,5GW de capacidade de geração de energia elétrica renovável para alimentação dos eletrolisadores".

Trata-se do projeto H2 Sines, cuja viabilidade este consórcio pan-europeu se propõe agora avaliar e que visa implementar um cluster industrial de produção de hidrogénio verde com base em Sines, num investimento que está estimado em 1,5 mil milhões de euros até 2030.

 

"O projeto compreende uma importante dimensão internacional, tanto pela sua vocação exportadora, como pela mobilização de parceiros com vasta experiência na cadeia de valor do hidrogénio", avança a Martifer, em comunicado.

 

O H2 Sines, enfatiza o grupo presidido por Carlos Martins, "pretende alavancar as vantagens competitivas dos recursos naturais endógenos renováveis, contribuindo para a reindustrialização das economias portuguesa e europeia numa base mais sustentável, bem como para o equilíbrio da balança comercial", garantindo que a produção de hidrogénio verde contemplado pelo projeto "integra e otimiza toda a cadeia de valor, incluindo a geração de eletricidade renovável, a produção de hidrogénio e a sua distribuição, transporte, armazenamento, comercialização e exportação".

 

Entretanto, no quadro H2 Sines, a Martifer revela que foi assinado um memorando de entendimento internacional para estudar a viabilidade da criação de uma cadeia de valor para a exportação do hidrogénio de Sines para o Norte da Europa.

 

"Para além da vertente exportadora, o hidrogénio verde poderá ser utilizado a nível nacional nos setores industriais e dos transportes, bem como para injeção na rede de gás natural, contribuindo para o esforço de descarbonização da economia e para o reforço da competitividade dos bens transacionáveis nacionais no espaço europeu", realça o grupo sediado em Oliveira de Frades.

 

"Garantindo o equilíbrio financeiro do projeto, este deverá desenvolver-se de forma progressiva, procurando otimizar a adequação dos volumes de produção de hidrogénio e do respetivo consumo, bem como a competitividade dos custos das tecnologias envolvidas", sublinha.

 

O projeto prevê também "a criação de uma componente industrial de produção de equipamentos de valor acrescentado para projetos de hidrogénio e o desenvolvimento de um cluster de I&D+I de referência internacional, que conta já com o apoio de mais de 20 empresas, institutos e universidades nacionais", afiança a Martifer.

 

De resto, o consórcio assume que "a entrada de parceiros adicionais encontra-se suportada em demonstrações de interesse de empresas de dimensão internacional do setor energético, bem como de produtores de tecnologia para a cadeia de valor do hidrogénio".

O H2Sines é um dos 37 projetos, de um total de 74 manifestações de interesse, que foram selecionados pelo Governo para integrar uma futura candidatura portuguesa ao estatuto IPCEI - Projeto Importante de Interesse Europeu Comum, e representam um investimento de cerca de nove mil milhões de euros, mais de metade dos 16 mil milhões em que estava orçado o bolo dos 74.

 

"Para a candidatura IPCEI inicia-se agora um processo mais aprofundado, que exige mais detalhe de informação e de verificação das orientações específicas e transdisciplinares, definidas para a análise da compatibilidade com o mercado interno. Será ainda necessário estabilizar os valores de investimento e obter informação técnica e financeira mais detalhada", explica o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, em comunicado.

De resto, o ministério tutelado por Matos Fernandes ressalva que as propostas apresentadas no âmbito da manifestação de interesse que tiveram parecer desfavorável do Comité de Admissão "continuam a ser uma mais-valia na cadeia de valor do hidrogénio e na prossecução da Estratégia Nacional para o Hidrogénio (EN-H2)".

 

Nesse sentido, avança, esses projetos  "poderão candidatar-se ao aviso do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no valor de 40 milhões de euros, bem como a outras fontes de financiamento setoriais e disponíveis no âmbito do Portugal 2020 e, ainda, a fontes europeias (por exemplo, o programa Horizon Europe)".



(Notícia atualizada às 20:12)

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