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Jorge Vasconcelos: "Investidores não podem investir em renováveis porque não há capacidade de rede"
Ao Jornal de Negócios e à Antena 1, Jorge Vasconcelos, antigo presidente da ERSE, garante que há uma lista de interessados em construir centrais até 80GW e reforçar redes em Portugal, travados pela burocracia.
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29 de Outubro de 2022 às 21:00
Razões burocráticas e de saturação da rede estão a bloquear os investimentos nas renováveis em Portugal. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, o antigo presidente da ERSE, Jorge Vasconcelos, considera que mais do que investir em nas interligações por gasoduto à Europa, Portugal devia apostar em primeiro lugar na modernização das redes de transporte e distribuição de energia.
Até porque, sublinha, há quem queira investir em Portugal e não o possa fazer porque a rede não tem capacidade. O mais recente relatório da DGEG mostra que num cenário de "teste de stress" a rede elétrica nacional pode mesmo não ter capacidade de resposta já em 2023.
"É natural que [a rede elétrica] esteja saturada porque não tem havido investimentos, há muitos anos, nem no transporte nem na distribuição", critica Vasconcelos.
A situação ainda se torna mais incompreensível, refere, porque para fazer esta modernização não são necessários dinheiros públicos, basta autorizar os investidores privados a avançar e a fazer crescer as energias renováveis em Portugal até aos 80GW.
"Temos uma lista de investidores dispostos a construírem, sem qual quer subsídio, centrais renováveis no nosso país, e não têm autorização para o fazer porque não há capacidade de rede", diz.
Promotores privados esses que estão "dispostos a pagar o reforço das redes", mas depois há todo um processo burocrático que põe um travão. "É preciso investir nas redes de eletricidade e não é preciso dinheiro público para isso. É dinheiro que podia estar a entrar em Portugal e não está", remata.
Até porque, sublinha, há quem queira investir em Portugal e não o possa fazer porque a rede não tem capacidade. O mais recente relatório da DGEG mostra que num cenário de "teste de stress" a rede elétrica nacional pode mesmo não ter capacidade de resposta já em 2023.
A situação ainda se torna mais incompreensível, refere, porque para fazer esta modernização não são necessários dinheiros públicos, basta autorizar os investidores privados a avançar e a fazer crescer as energias renováveis em Portugal até aos 80GW.
"Temos uma lista de investidores dispostos a construírem, sem qual quer subsídio, centrais renováveis no nosso país, e não têm autorização para o fazer porque não há capacidade de rede", diz.
Promotores privados esses que estão "dispostos a pagar o reforço das redes", mas depois há todo um processo burocrático que põe um travão. "É preciso investir nas redes de eletricidade e não é preciso dinheiro público para isso. É dinheiro que podia estar a entrar em Portugal e não está", remata.