Contactada pela Lusa, fonte do grupo espanhol Iberdrola confirmou que a holding Iberdrola Portugal SA está sem presidência, depois da saída de Pina Moura (presidente) e de Fernando Pacheco (vice-presidente) e que até à data não houve nomeação de substitutos.

Além disso, também saíram "quatro pessoas" da holding, acrescentou a mesma fonte, que garantiu que a actividade em Portugal mantém-se, quer a comercial como a de produção de energia.

A mesma fonte apontou que houve "mudanças de regulação" energética e salientou que, "por agora, a holding mantém-se em Portugal".

O grupo espanhol considera Portugal um mercado estratégico, adiantando que triplicou o número de clientes no mercado português num ano, para os 75.000, tendo um quota no mercado livre de 20%.

Em Portugal, a Iberdrola fornece 7.500 Gigawatts (GWh) por ano e lidera o segmento de empresas com uma quota de 30%.

A facturação na área comercial ascende a 850 milhões de euros, contando com uma equipa que supera as 200 pessoas em Lisboa, Porto, Matosinhos, Santa Maria da Feira, Braga e Lisboa Norte.

"A Iberdrola investiu nove milhões de euros desde 2008 em 28 medidas do plano de promoção de eficiência energética", pelo que Portugal "se mantém como um país estratégico para o grupo, que também desenvolve importantes projectos de geração de energia".

Recentemente, lembrou a mesma fonte, a Iberdrola assinou com o Governo português um contrato de concessão para a construção e exploração do complexo hidroeléctrico do Alto Tâmega.

Este complexo terá três grandes barragens: Gouvães, Alto Tâmega e Daivões, sendo considerado um dos maiores projectos na Europa nos últimos 25 anos.

O desenvolvimento deste projecto representará num investimento de cerca de 1.200 milhões de euros, estimando-se que a execução desta infra-estrutura energética venha a gerar cerca de 3.500 empregos directos e 10.000 indirectos durante o período de construção, adiantou o grupo espanhol.

A Iberdrola conta ainda com três parques eólicos em Portugal: Alvão, Alto do Monção e Catefica.