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Galp vende participação no gás natural de Moçambique por 881 milhões de dólares

O valor inicialmente avançado para a operação era de 650 milhões de dólares. A venda da participação de 10% na Área 4 da bacia do Rovuma à Abu Dhabi National Oil Company está alinhada com os objetivos estratégicos da Galp, de entre os quais reinvestir o montante na Namíbia.

Manuel de Almeida/Lusa
28 de Março de 2025 às 08:33
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A Galp concluiu a venda da participação de 10% na Área 4 em Moçambique por 881 milhões de dólares, acima da estimativa inicial que apontava para valores de venda na ordem dos 650 milhões de dólares.


A conclusão foi anunciada esta manhã pela petrolífera portuguesa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A venda da participação de 10% na Área 4 da bacia do Rovuma foi feita à XRG P.J.S.C., subsidiária integral da Abu Dhabi National Oil Company (ADNOC).

A transação, que havia sido comunicada ao regulador inicialmente a 22 de maio de 2024, permite à Galp encaixar cerca de 881 milhões de dólares no primeiro trimestre de 2025. Este montante inclui o valor das ações, o reembolso de empréstimos de acionistas e os investimentos realizados desde a data de referência da transação, a 31 de dezembro de 2023. 

Para além do pagamento inicial, a Galp poderá ainda receber até 500 milhões de dólares adicionais, dependendo da evolução futura dos projetos em Moçambique. Em concreto, estão previstos dois pagamentos contingentes: um de 100 milhões de dólares, que será feito caso os parceiros do consórcio aprovem formalmente o investimento no projeto Coral North; e outro de 400 milhões de dólares, caso seja tomada a decisão final de avançar com o projeto Rovuma LNG. Estes valores só serão pagos se os projetos passarem para a fase de desenvolvimento e construção, sendo por isso considerados condicionais.

A Área 4 da Bacia do Rovuma, localizada ao largo da costa da província de Cabo Delgado, Moçambique, é reconhecida como uma das regiões com maiores reservas de gás natural do mundo. As concessões desta área são detidas por um consórcio composto pela Mozambique Rovuma Venture (MRV) S.p.A. — uma joint venture entre a Eni, ExxonMobil e China National Petroleum Corporation (CNPC) com 70% de participação — e pelas empresas Galp Energia Rovuma B.V., KOGAS Moçambique Ltd. e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos E.P. (ENH), cada uma com 10% de participação. ?

Entre os principais projetos desenvolvidos na Área 4 destaca-se o Coral Sul FLNG, uma unidade flutuante de liquefação de gás natural que iniciou a produção em 2022. Este projeto coloca Moçambique no seleto grupo de países produtores e exportadores de GNL. Além disso, estão em fase de planeamento os projetos Coral Norte FLNG e Rovuma LNG, ambos aguardando decisões finais de investimento previstas para 2024/2025. ?

No comunicado enviado à CMVM, a Galp indica que esta decisão de alienar a sua participação na Área 4 insere-se numa estratégia de focalização em ativos de maior retorno e menor intensidade de carbono. A venda permitirá à empresa concentrar recursos em projetos considerados mais alinhados com a sua visão de transição energética e sustentabilidade.

Na altura do anúncio, o Negócios avançou que a venda desta participação servira também para alavancar o investimento da Galp na Namíbia.

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