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Galp desilude analistas. Ações caem quase 2,5% com possível corte de estimativas

De acordo com notas de análise do Haitong e do RBC, a mais recente atualização dos dados operacionais divulgada pela Galp não parece promissora.

Sara Matos
28 de Janeiro de 2019 às 10:47
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A Galp revelou, esta segunda-feira, um crescimento da produção nos últimos três meses de 2018. Estes dados não foram suficientes para impressionar os analistas, que os classificam como "ligeiramente negativos" e preveem impacto no consenso quanto às estimativas de lucros.

A expressão "ligeiramente negativos" referente ao "trading update" divulgado pela Galp consta de uma nota de investimento do RBC, citada pela Bloomberg, na qual os analistas acrescentam ser "provável alguma pressão no consenso relativo aos resultados". A análise do Haitong surge em consonância, ao considerar os indicadores de desempenho nas várias áreas de atividade "um pouco negativos".

As ações da petrolífera seguem esta segunda-feira em terreno negativo, estando de momento a perder 2,37% para os 13,62 euros, depois de já terem tocado os 13,585 euros na sequência de uma queda de 2,62%.

De acordo com o RBC, os custos financeiros mais elevados do que o esperado e a queda das cotações do barril de Brent, a referência europeia, têm efeitos no EBITDA. A produção global, que a Galp informou ter crescido 12% no último trimestre, ficou no limite inferior do intervalo previsto por ambas as casa de investimento, com o Brasil a desiludir e Angola a superar as estimativas. No Brasil o crescimento foi de 10% para 102,9 mil barris e, em Angola, este indicador aumentou 71% para 8,9 mil barris por dia.

O crescimento da área de exploração e produção contrasta, porém, com as quebras registadas na área de refinação e distribuição – devido a paragens programadas para manutenção. As paragens nas centrais de Sines e Matosinhos são assinalas pelo Haitong como eventos com um impacto negativo acima do esperado. A margem de refinação caiu 11%, em termos homólogos, as matérias-primas processadas desceram 32% enquanto as vendas de produtos refinados diminuíram 19%. A falta de disponibilidade na área de refinação é o fator que o Haitong espera que venha a ter mais impacto nas contas da Galp.

Também o ramo de gás natural e energia viu um decréscimo, embora esta área tenha surpreendido os analistas do banco de investimento chinês graças às vendas a clientes industriais. Já as vendas no mercado internacional ("trading") desiludiram estes mesmo analistas, ao diminuírem 31% face ao quarto trimestre de 2017.

Nenhuma das casas de investimento referidas avança a intenção de alterar quer a recomendação quer o preço-alvo que atribuem à cotada. O Haitong mantém a recomendação "neutral" e o preço-alvo de 13,5 euros por ação, enquanto o RBC aponta para "outperform" e para os 18 euros por título. O consenso dos analistas de acordo com os dados da Bloomberg é a recomendação de "manter" e um preço-alvo de 16,98 euros.

Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de "research" emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de "research" na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.

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