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Galp "avalia todas as opções” perante falha de fornecedor de gás norte-americano
A norte-americana Venture Global LNG não tem cumprido as entregas acordadas em 2017 e 2018. Shell e BP já avançaram com processos contra o fornecedor norte-americano. Ao Público, a Galp referiu estar “a avaliar todas as opções para garantir o cumprimento dos seus direitos contratuais".
A Venture Global LNG tem vindo a falhar entregas de gás natural liquefeito (GNL) acordadas com várias empresas em 2017 e 2018, o que já motivou processos judiciais de algumas petrolíferas como a Shell e a BP. A Galp, que foi a primeira compradora da GNL para a Europa em 2016, não confirma essa intenção, mas em declarações ao Público garante que "está a avaliar todas as opções para garantir o cumprimento dos seus direitos contratuais".
A empresa portuguesa é uma das muitas que se têm queixado de a norte-americana Venture Global LNG estar a vender diretamente o gás do terminal de Calcasieu Pass, em Louisiana, a compradores dispostos a pagar mais no mercado à vista. Isto é, tendo em conta a escalada dos preços do gás em 2022 com o agravar da crise energética por causa da guerra na Ucrânia, a fornecedora está a vender o gás mais caro a outros compradores em vez de cumprir as entregas com os preços estipulados nos contratos há quatro e cinco anos.
O Público conta ainda que os contratos assinados em 2017 e 2018 com empresas como a Galp, BP, Edison, Orlen, Repsol e Shell permitiram à Venture Global viabilizar o investimento no terminal no Sudoeste de Louisiana, uma vez que teria receitas certas durante 20 anos. No caso da petrolífera portuguesa, o acordo foi assinado em maio de 2018 e previa a entrega de um milhão de toneladas por ano de GNL.
Os Estados Unidos têm vindo a ganhar peso nos abastecimentos de gás na Europa, uma tendência acelerada com a guerra na Ucrânia.
Em Portugal, representaram praticamente um terço dos volumes recebidos em 2022. E de acordo com os últimos dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), em junho, pesavam 39% do total, praticamente a par com os 40% da Nigéria, o principal mercado de importação de gás por Portugal nos últimos tempos.