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Fundação Gulbenkian prevê um "dos melhores resultados" em ano de venda da Partex
O bom desempenho nos mercados de capitais, aliado ao encaixe conseguido com a venda da Partex, deverão permitir à Fundação Calouste Gulbenkian fechar 2019 com um dos seus melhores registos. O destino da mais-valia da venda ainda está pendente, mas pode recair, para além dos mercados financeiros, sobre projetos que sirvam a missão da fundação.
2019 deverá terminar como um dos "melhores" anos em termos de resultados financeiros para a Fundação Calouste Gulbenkian. A garantia foi dada pela presidente, Isabel Mota, na cerimónia de tomada de posse de Carlos Moedas como administrador. Por detrás deste desempenho financeiro está não só a venda da petrolífera Partex como também o bom ano nos mercados de capitais.
"O ano de 2019 foi muito positivo para os investimentos da Fundação, sobretudo pelo efeito do excelente retorno da carteira de títulos, mas também pelo bom resultado da venda da Partex, que permitiram uma subida muito expressiva do capital da Fundação no ano que passou, e que ficará seguramente ao nível dos melhores resultados da Fundação", declarou Isabel Mota, no discurso proferido durante a tomada de posse.
O ano passado ficou marcado pela venda de um dos ativos históricos da Fundação, a petrolífera Partex – a empresa que esteve na origem da fortuna do fundador, Calouste Gulbenkian. A venda, anunciada em junho, foi concluída já em novembro, numa operação que permitiu à fundação um encaixe líquido de 700 milhões de dólares (627 milhões de euros), apurou na altura o Negócios.
Questionada à margem do evento acerca dos planos para o encaixe conseguido com a venda, a presidente confessou que estes ainda não estão fechados, mas adiantou que, enquanto grande parte da quantia deverá ser reinvestida seguindo o mesmo tipo de pressupostos utilizados para o resto da carteira de ativos, uma parte pode vir a servir para investir em "algumas coisas mais especiais ou dirigidas, de acordo com a missão" da fundação.
Independentemente do destino dado ao encaixe, ainda durante o discurso da tomada de posse, a presidente fez questão de garantir que "a política de investimentos dos recursos financeiros e a gestão das despesas necessárias à atividade da Fundação pautar-se-ão pelos mesmos critérios estritos de prudência e rigor que conduziram à grande solidez financeira que a Fundação apresenta".
Até ao momento da venda, a Partex representava cerca de 18% dos investimentos totais da fundação. A venda foi justificada com o objetivo de sair do mercado de combustíveis fósseis que, no entender da administração, entra em choque com os valores de sustentabilidade e combate às alterações climáticas que a entidade quer seguir.