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Ferreira de Oliveira justifica parte do corte do investimento com Petrobras

A Galp Energia reviu em baixa o investimento médio anual para o período entre 2015 e 2019. Uma alteração essencialmente justificada pelos atrasos em alguns projectos no Brasil e Moçambique. No Brasil, destaque para os efeitos que o escândalo de corrupção está a ter.

10 de Março de 2015 às 15:36
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A petrolífera portuguesa prevê que, no período entre 2015 e 2019, o investimento médio anual se situe entre os 1,2 mil milhões de euros e 1,4 mil milhões de euros, abaixo dos 1,3 mil milhões de euros a 1,5 mil milhões de euros previstos para 2015. Deste montante, a maior parte destina-se à produção e exploração de petróleo e gás natural.

 

O escândalo de corrupção no qual a Petrobras está envolvida é um dos factores que justifica esta evolução. Ainda assim, Ferreira de Oliveira sublinha que não se trata de um corte de investimento, mas de uma "reprogramação das actividades de exploração e produção".

 

A recalendarização deve-se aos atrasos verificados nos poços Jupiter e Carcará e também Moçambique. Projectos que estão atrasados, em média, um ano. Mas "não há nenhum projecto que seja cortado, eliminado", ressalvou o presidente-executivo da Galp.

 

Os efeitos do escândalo de corrupção no qual a Petrobras estará alegadamente envolvida são visíveis devido "sobretudo à falência de empresas prestadoras de serviço a Petrobras", o que acaba por se traduzir na "complicação na prestação de serviço", adiantou. Espera-se "mais ou menos um ano de atraso nas plataformas construídas no Brasil", explicou Ferreira de Oliveira.

 

O atraso na produção justifica, assim, o atraso no investimento. Uma situação que "até veio num momento oportuno", tendo em conta que "o crude está baixo", revelou Ferreira de Oliveira.

 

Questionado sobre se a Galp poderá ser forçada a um ajustamento adicional motivado por este tema, Ferreira de Oliveira sublinhou que "as actividades associadas foram discutidas com a Petrobras", apesar de ainda não terem sido "aprovadas pelo consórcio", uma vez que a empresa brasileira se encontra em processo de transição.

 

Mas, "não esperamos nenhuma surpresa do que venha a ser aprovado mais tarde", adiantou o presidente executivo da empresa. Nos aspectos em que havia dúvidas, "fomos conservadores", acrescentou Ferreira de Oliveira.

 

"Num ambiente difícil para a nossa indústria, o pior que podíamos fazer era vir com uma linguagem sobreoptimista", adiantou o presidente da Galp aos jornalistas após o encontro que decorreu, esta terça-feira, em Londres. Para Ferreira de Oliveira, o sector enfrenta uma "nuvem e ainda não se consegue ver muito bem do outro lado".

 

Ferreira de Oliveira sublinhou que, na sequência do encontro com os analistas, os "investidores elogiaram este tipo de abordagem" cautelosa da petrolífera.

* - Jornalista em Londres, a convite da Galp

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