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Fazer passar hidrogénio por Celorico da Beira custará 470 milhões de euros

De acordo com o ministro do Ambiente, Portugal será obrigado a fazer "reconversões da rede de gás para fazer chegar o hidrogénio das zonas de produção até Celorico da Beira". Por ali passarão 750 mil toneladas por ano.

O ministro do Ambiente garantiu que Portugal já reduziu o consumo de gás em 20% desde o início do ano.
António Pedro Santos/Lusa
09 de Dezembro de 2022 às 16:02
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De acordo com o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, Portugal será obrigado a fazer "reconversões da rede de gás para fazer chegar o hidrogénio das zonas de produção para Celorico da Beira e, por sua vez, para Espanha. Também do lado espanhol exigirá essas reconversões", disse, em declarações aos jornalistas em Alicante.

Em Portugal estão em causa as ligações de gás entre Figueira da Foz e Celorico da Beira e a de Monforte a Celorico da Beira, sendo que a primeira é a que tem, atualmente, um "potencial produtivo mais adiantado" e pode atrair "novos projetos de hidrogénio verde" além dos que estão já ali identificados, segundo Duarte Cordeiro.

"Estas reconversões farão parte da candidatura [do H2MED a fundos europeus], da viabilidade económica deste corredor", afirmou Duarte Cordeiro, que estimou o custo de adaptação da ligação entre a Figueira da Foz e Celorico da Beira em 120 milhões de euros.

O governante explicou que houve trabalho técnico desenvolvido nas últimas semanas para chegar aos detalhes hoje apresentados em Alicante e que se segue agora um memorando de entendimento entre os operadores dos três países (no caso de Portugal, a REN) para concretizar o projeto e a candidatura, que tem de chegar a Bruxelas até 15 de dezembro.

De acordo com um um documento divulgado esta sexta-feira em Alicante aos jornalistas, após o encontro de Costa, Sánchez e Macron, que contou também com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a ligação terrestre entre Celorico da Beira e Zamora, em Espanha (CelZa, com 248 quilómetros) está orçamentada em 350 milhões de euros. 

Já a fatia de leão do investimento, os 2.500 milhões de euros anunciados pelo presidente do Governo espanhol, serão apenas para a ligação submarina entre Barcelona e Marselha (BarMar, de 455 quilómetros). Juntas, as duas ligações constituem o projeto H2Med, como foi batizado, que deverá estar operacional em 2030. 

O ministro congratulou-se por Ursula von der Leyen ter já hoje "avaliado positivamente" o acordo alcançado para o H2MED, um projeto que está em linha com os objetivos europeus de descarbonização (redução das emissões poluentes) e o aumento da "segurança energética" da União Europeia, ou seja, menor dependência de países terceiros.

Segundo a informação hoje conhecida, o H2MED terá capacidade para transportar 2 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde entre Barcelona e Marselha e 750 mil toneladas entre Celorico da Beira e Zamora.

Estas quantidades correspondem a 20% do consumo de hidrogénio verde (H2) estimado em toda a União Europeia em 2030, o que faria deste projeto o primeiro grande corredor europeu desta energia.

A União Europeia estabeleceu este ano como objetivo para 2030, para reduzir a utilização de gás, o consumo de 20 milhões de toneladas anuais de hidrogénio verde, sendo que 10 milhões deverão ser produzidas dentro do espaço europeu e 10 milhões importadas.
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