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Gasoduto ibérico H2Med pode abastecer Alemanha com o hidrogénio que precisa, a preços competitivos

As produtoras ibéricas de hidrogénio podem aproveitar a crescente procura deste gás renovável na Europa Central. Projetos semelhantes podem surgir, tais como belgas, holandeses e noruegueses, que também estão a tentar construir gasodutos para a Alemanha.

Tensões geopolíticas associadas à guerra na Ucrânia têm feito subir o preço das “commodities” nos mercados internacionais.
Ahmed Jadallah/Reuters
29 de Março de 2023 às 17:00
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O gasoduto submarino 100% dedicado ao hidrogénio verde H2Med, que será construído entre Barcelona e Marselha, e que poderá contar ainda com uma extensão para fornecer também a Alemanha, terá capacidade para  transportar até dois milhões de toneladas métricas de hidrogénio por ano. Ou seja, cerca de mais 15% do que a Alemanha consome hoje em dia, mas por preços competititivos, refere a Bloomberg New Energy Finance numa nota de análise. 

O projeto de gasoduto transfronteiriço que propõe ligar Espanha a França por mar até 2030 (evitando assim a anterior ligação pelos Pirinéus recusada por Paris) poderá estar já perto de garantir o financiamento necessário por parte de Bruxelas para a sua construção.  

De acordo com os cálculos da Bloomberg New Energy Finance, os custos de transporte para o hidrogénio verde ao longo dos 455 quilómetros de gasoduto entre Barcelona e Marselha será entre 0,13 e 0,16 dólares por kg com base nos custos estimados do projeto na ordem dos 2,5 mil milhões de euros. O preço do hidrogénio produzido em Espanha está estimado em 1,65 dólares por kg, a partir de energia solar fotovoltaiva.

No total, o hidrogénio de Espanha para a Alemanha via H2Med acrescentaria ainda 0,53 dólares kg para custos de produção em 2030, assumindo 2.000 quilómetros de transporte (num total de 2,18 dólares por kg). O que representaria um acréscimo de 9% no hidrogénio produzido na Alemanha (verca de 2 dólares por kg, através de energia eólica offshore).

As produtoras ibéricas de hidrogénio, como a Iberdrola, poderiam beneficiar deste cenário ao aproveitar a crescente procura deste gás renovável na Europa Central. Semelhante projetos poderiam também surgir, tais como belgas, holandeses e noruegueses, que também estão a tentar construir gasodutos para a Alemanha, conclui a BNEF.
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