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Estados Unidos multam Total por subornos no Irão
O regulador de mercado norte-americano (SEC) e o Departamento de Justiça multaram a petrolífera francesa Total em 398 milhões de dólares, cerca de 310 milhões de euros, por subornos a funcionários iranianos durante os anos 90 para ganhar mais contratos de exploração de recursos energéticos.
A petrolífera francesa Total foi multada em 398 milhões de dólares, depois de ter sido acusada pela SEC e pelo Departamento de Justiça norte-americano de subornos a funcionários iranianos, tendo em vista a obtenção de vantajosos contratos de exploração nesse país.
A SEC explicou que a empresa francesa fez todos os possíveis para encobrir a natureza ilícita dos seus pagamentos, utilizando intermediários como assessores e criando artifícios na sua contabilidade. Além disse, acrescenta que a Total não tinha um sistema de controlo interno, como exige a legislação contra os subornos para as empresa cotadas em Wall Street, segundo noticia o “El País”.
Do valor total da multa, 153 milhões de dólares correspondem ao valor que terá de ser pago à SEC, enquanto que os restantes 245 milhões de dólares serão para o Departamento de Justiça norte-americano. Na nota emitida pelas entidades, é explicado que a Total pagou 60 milhões de dólares a estes agentes, de forma a obter “valiosos” contratos para a exploração de gás natural e petróleo no Irão. A SEC cifra em mais de 150 milhões de dólares os benefícios obtidos pela empresa, graças a estes subornos.
Com esta multa, a SEC dá o assunto por terminado, finalizando o processo aberto pela via criminal contra a petrolífera. Contudo, em França, o procurador da república pede agora que o presidente da empresa, Christophe de Margerie, seja processado por violar a legislação francesa, por práticas que considera corruptas.
O executivo da Total foi interrogado em 2007 pelas autoridades financeiras por suspeitas de corrupção na obtenção de contratos de gás no Irão entre 1990 e 2000, e de mais um contrato de exploração petrolífera nos Camarões.
A justiça francesa abriu então uma investigação sobre supostas irregularidades no contrato assinado em 1997 pela Total com uma empresa petrolífera iraniana, a NIOC, para um campo de gás conhecido como South Pars.