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Estado francês disposto a pagar mais de 8 mil milhões para nacionalizar EDF
O governo francês está disposto a pagar mais de oito mil milhões de euros, para passar a deter 100% do capital da Électricité de France (EDF). O Estado é dono de uma participação de 84% da energética.
O governo francês está disposto a pagar mais de oito mil milhões de euros, para passar a deter 100% do capital da Électricité de France (EDF), segundo duas fontes com conhecimento do assunto citadas pela Reuters. As mesmas fontes acrescentam que o objetivo é concluir o negócio no último trimestre deste ano. Atualmente, O Estado é dono de uma participação de 84% da energética.
Uma das fontes revelou que o custo de compra da participação de 16% que ainda não é estatal pode chegar a quase 10 mil milhões de euros, quando contabilizadas as obrigações convertíveis em ações e o prémio pago por esta oferta face à cotação corrente das ações da energética – ou seja o excedente oferecido por título face ao preço atual dos mesmos. Contactados pela agência britânica, a EDF e o Ministério da Economia francês recusaram comentar. As fontes não avançaram com números sobre a dimensão deste prémio.
Os próximos passos, consistirão em o Estado francês fixar um preço para a oferta, valor este que será revisto por uma entidade independente. As fontes revelaram que o Governo pretende concluir a operação no quarto trimestre, o que implica que tenha de anunciar os termos da oferta nas próximas semanas, antes da época de férias em agosto.
No passado fim de semana, o ministro francês da Economia, Bruno Le Maire, frisou que esta operação "não será concluída nem em dias nem em semanas, mas sim em meses". O governante prometeu dar mais detalhes sobre todo o processo "nas próximas semanas".
A nacionalização da EDF foi anunciada no início deste mês pela primeira-ministra francesa, Elisabeth Borne.
Além de endividada, a companhia enfrenta derrapagens orçamentais nas novas centrais nucleares em França e no Reino Unido, assim como problemas de corrosão em alguns dos antigos reatores envelhecidos, o que tem penalizado fortemente o valor das suas ações nos últimos meses.