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APREN não considera demasiado ambicioso instalar 2 GW offshore até 2030

O Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore foi aprovado e presidente da APREN diz que a meta do Governo para 2 GW em cinco anos é possível. Para Pedro Amaral Jorge, é "urgente" que Portugal saia da cauda da Europa na energia eólica.

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O Governo aprovou, em Conselho de Ministros, o Plano de Afetação para as Energias Renováveis Offshore (PAER), que tem como objetivo identificar as áreas com melhores condições para a instalação de parques de produção de energia eólica no espaço marítimo.

Portugal quer instalar uma capacidade de 2 GW (Gigawatt) até 2030, uma meta que o presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), não considera demasiado ambiciosa.

"Não me parece uma ideia ambiciosa porque temos no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) o total a instalar até 2030 de cerca de 42, 44 GW e, portanto, com estes dois teríamos apenas 5% da potência a instalar", afirma Pedro Amaral Jorge, em entrevista ao programa do Negócios no canal NOW.

"O eólico offshore é uma tecnologia que claramente será muito relevante na década de 30 porque, em alternativa à incorporação fóssil, que sabemos que os preços vão estar completamente especulados, sabemos que as licenças de emissão vão estar substancialmente mais caras do que estão agora por um mecanismo de escassez que é definido pela Comissão Europeia, vamos ter efetivamente aqui a alternativa de ter uma complementaridade à base da produção de eletricidade a partir do eólico offshore", acrescenta.

Para o líder da APREN, "os 2 GW são um passo muito interessante e importante para termos investidores interessados numa escala mínima, para que isto também envolva a indústria localizada em Portugal, desde construção civil, a metalomecânica e outros serviços que podem ser prestados envolvendo também as infraestruturas portuárias e os operadores portuários e operadores de navios também".

O leilão vai decorrer a dois passos. O primeiro, explica Pedro Amaral Jorge, passa por um "escrutínio muito elevado da integração de várias dimensões, como a necessidade da proteção da pesca, da proteção ambiental, a necessidade de ter os municípios envolvidos, a proteção das comunidades piscatórias, para conseguirmos finalmente chegar a uma área em que há um denominador comum para que se possa instalar".

Depois, numa segunda fase, "três, quatro, cinco anos depois far-se-á o leilão para a atribuição do chamado 'Contract for Difference', os contratos por diferença, para depois fazer a ligação à rede".

De acordo com os dados mais recentes da WindEurope, relativos a 2024, Portugal está na cauda da Europa relativamente à energia eólica. Para o presidente da APREN "é muito urgente que nós consigamos implementar as metodologias que já estão definidas pela diretiva da Red III (sigla em inglês de Renewable Energy Directive) e também pelo Regulamento do Mercado Elétrico Europeu dos contratos a prazo".

Questionado sobre a questão de falta de terrenos para instalar turbinas, Pedro Amaral Jorge sublinha que a tecnologia evoluiu nos últimos 20 anos e que hoje em dia existem "turbinas com menores velocidades que conseguem produzir uma quantidade importante de eletricidade".

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