Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Endesa assume que central do Pêgo está "fora de jogo" em 2021 e passa a bola ao Governo

Tendo em conta a transição energética, que tendencialmente eliminará o uso de carvão como fonte de energia, o presidente da Endesa prevê que o Estado não mostre interesse na continuidade da atividade da central de Pego a partir de 2021.

Lusa
24 de Janeiro de 2019 às 21:42
  • ...

O presidente da Endesa, Nuno Ribeiro da Silva, considera que o cenário mais provável para a central a carvão no Pego é que feche portas em 2021, quando terminam os Contratos de Aquisição de Energia (CAE) com o Estado.

Questionado pelos deputados socialistas acerca da possível cessação da atividade da central da Endesa no Pego, o presidente da empresa concedeu: "Se o Governo decidir pelo encerramento, assim será", declarou, perante a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Electricidade, na audição para a qual foi convocado.

Da sua parte, diz não ter "esperança" em termos do "prolongamento estrutural da vida da central". Isto porque, tendo em conta "tudo o que são os compromissos europeus e nacionais em termos da descarbonização, a central fica fora de jogo".

"Não auguro, nesta tecnologia (de produção de  carvão), grande futuro à central", pois "mais tarde ou mais cedo o carvão sai do sistema". Ribeiro da Silva diz que, a três anos do fim dos contratos, estão "a imaginar todos os cenários", mas a única possibilidade que avança é a de poder aproveitar aquele espaço para alguma geração renovável.

A partir de agora, "terá de existir um aprofundamento de cenários e conversas com o Governo". Para além do valor económico e do impacto na região onde se encontra instalada a central, o presidente da Endesa relembra que "até ontem, 86% da produção a nível ibérico era assegurada pelas centrais a carvão" e que algumas já começaram a ser desativadas, pelo que o sistema sentirá o impacto do abandono desta tecnologia. Nos 28 anos de concessão, a central esteve ativa 75% do tempo.

Por fim, lamenta o final da atividade da central, assegurando que "está um brinquinho, muito bem mantida" e que, mesmo do ponto de vista ambiental, está a operar com um impacto abaixo dos limites definidos pela Comissão Europeia.

Ver comentários
Saber mais Nuno Ribeiro da Silva presidente da Endesa Pego Contratos de Aquisição de Energia CAE Endesa Estado Ribeiro da Silva economia negócios e finanças energia
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio