Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

EDP investe 90 milhões para requalificar ambientalmente centrais a carvão

A eléctrica investiu 500 milhões nos últimos anos para actualizar ambientalmente as suas centrais a carvão, que são importantes para servirem de apoio às energias renováveis, cuja produção é intermitente.

A eléctrica aumentou, pela primeira vez desde 2012, o valor do dividendo. Vai distribuir 0,19 euros por acção, o equivalente a 6,34% do valor de fecho das acções na sexta-feira. A empresa liderada por António Mexia reserva para os accionistas 695 milhões de euros, 72% do lucro.
Miguel Baltazar
25 de Agosto de 2016 às 19:47
  • ...
A EDP investiu 90 milhões de euros para requalificar ambientalmente duas centrais a carvão em Espanha, que vai permitir prolongar a vida útil destas centrais por mais de 10 anos, até 2030.

A primeira fase deste investimento terminou agora com a conclusão da unidade de desnitrifação na central térmica de Aboño, anunciou a empresa esta quinta-feira, 25 de Agosto. Já o investimento no grupo 3 da central térmica de Soto de Ribera termina nos primeiros meses de 2017. O processo de desnitrificação permite reduzir as emissões poluentes para a atmosfera.

"A entrada em funcionamento destas unidades nas duas centrais da EDP nas Astúrias equipa-as com a melhor tecnologia disponível no controlo de emissões e amplia a sua vida útil, pelo menos, até Dezembro de 2030", diz a EDP em comunicado.

Com esta intervenção, a EDP já investiu mais de 200 milhões de euros na última década em melhorias ambientais nas suas centrais de produção nas Astúrias.

A companhia sublinha que o "nível de investimento, bem como a eficiência de funcionamento e manutenção dos grupos de produção, transforma as centrais da EDP nas mais eficientes do país".

Mas porquê investir no carvão num momento em que as renováveis ganham mais peso? Quando não chove e o vento não sopra, as barragens e as centrais eólicas não conseguem produzir electricidade. É aqui que entram em acção as centrais a carvão que asseguram o fornecimento de electricidade quando falham as renováveis.

Olhando para Portugal, a EDP sublinha que a central a carvão de Sines já foi alvo destes investimento ambientais entre 2008 e 2011. Foram aplicados um total de 326 milhões de euros na central com 1180 megawatts (MW) de capacidade instalada, com o objectivo de reduzir as emissões de gases de efeitos de estufa.

"Sines é uma das centrais mais eficientes na Península Ibérica, tendo um papel fundamental na segurança de abastecimento do país, em particular em anos de baixa hidraulicidade e eolicidade como aconteceu em 2015", destaca a energética.

A EDP sublinha que as "centrais térmicas desempenham cada vez mais um papel de apoio indispensável em sistemas eléctricos com uma forte componente de fontes renováveis intermitentes, como é o caso de Portugal e Espanha".

Recorde-se que devido à seca registada em Portugal durante o ano de 2015, as centrais térmicas consumiram mais 21% de carvão face ao ano anterior para substituir as renováveis.

O preço é outra das razões por que o consumo do carvão é atractivo para produzir energia. O excesso de produção nos Estados Unidos e China face ao consumo levou a que este combustível fóssil fosse negociado a preços relativamente baixos entre 2008 e 2016, tendo subido novamente este ano.

A EDP também destaca também que o carvão tem vantagem "face ao gás natural em resultado dos preços do mercado europeu de licenças de CO2 e consequente menor custo de produção".
Ver comentários
Saber mais EDP Portugal Astúrias Sines Península Ibérica eletricidade (prod e dist) energias renováveis
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio