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EDP supera previsões com queda de 1% nos lucros do primeiro trimestre
Eléctrica contrariou as expectativas, que apontavam para uma queda superior nos lucros. A dívida líquida caiu nos primeiros três meses do ano, num período em que o investimento também baixou.
A EDP fechou o primeiro trimestre com resultados líquidos de 335 milhões de euros, uma queda de 1% face ao registo dos primeiros três meses do ano passado, anunciou a eléctrica em comunicado à CMVM.
Os analistas consultados pela Reuters antecipavam uma queda mais acentuada nos lucros (12% para 295 milhões de euros), citando a recessão em Portugal e Espanha pela deterioração dos resultados.
O EBITDA subiu 7% para 1.072 milhões de euros, num período em que os custos operacionais estabilizaram em 387 milhões de euros. Os resultados operacionais cresceram 9% para 709 milhões de euros.
A eléctrica liderada por António Mexia justifica a melhoria dos indicadores operacionais com o crescimento da actividade eólica e com o ganho extraordinário de 56 milhões de euros conseguido com a venda de activos de transporte de gás em Espanha.
Em sentido inverso o EBITDA na unidade brasileira caiu 27 milhões de euros e a empresa passou a pagar novos impostos sobre a produção de electricidade em Espanha.
No primeiro trimestre o investimento operacional da EDP totalizou 245 milhões de euros, valor que representa uma quebra de 25%. No mesmo período a dívida líquida desceu 100 milhões de euros para 18,1 mil milhões de euros, invertendo a tendência de aumento dos últimos trimestres.
A eléctrica justifica este decréscimo no endividamento precisamente com o menor volume de investimento e com a subida do EBITDA.
Os resultados financeiros melhoraram 4% para um valor negativo de 160 milhões de euros. A EDP adianta que o valor dos resultados financeiros negativos reflecte uma dívida líquida média 7% mais alta e a subida do custo médio da dívida em 10 pontos base, para 4,2%.
A penalizar os lucros estiveram ainda os impostos, já que a eléctrica pagou 149 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 88% do que no período homólogo. A EDP assinala que a sua taxa efectiva de imposto foi de 26,7% no primeiro trimestre, o que compara com um imposto sobre o rendimento e uma taxa efectiva mais reduzidos no trimestre anterior e homólogo, “impactados por efeitos não recorrentes”.
As acções da EDP caíram 0,5% para 2,606 euros.