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EDP Brasil estuda entrada no mercado de transporte de electricidade

A companhia já produz e vende electricidade no Brasil mas pode vir a entrar no concurso público para construir sete mil quilómetros de linhas de electricidade no país.

23 de Agosto de 2016 às 18:16
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O Governo brasileiro vai lançar em Setembro um concurso para construção e gestão de linhas de transporte de electricidade. Brasília espera assim atrair investimentos na ordem dos 12,6 mil milhões de reais (3,45 mil milhões de euros), criando um total de 25 mil empregos directos para construir quase sete mil quilómetros de corredores de electricidade em 10 estados brasileiros.

Já presente na produção, distribuição e comercialização de electricidade no Brasil, a EDP considera que esta pode ser uma boa oportunidade para entrar no transporte de electricidade, que oferece um retorno interessante com baixo risco.

"Hoje em dia o transporte tem uma rentabilidade superior ao da própria distribuição, com um risco até menor, depois de realizada a construção", disse o presidente da EDP Brasil em entrevista à agência Reuters.

Miguel Setas sublinhou que a EDP tem como vantagem a capacidade de gestão demonstrada na construção de duas centrais hidroeléctricas no Brasil, cuja entrada em operação foi antecipada.

Se optar por entrar no concurso, a EDP Brasil vai concorrer a lotes que exijam um investimento "moderado", deixando para o futuro a entrada em investimentos de maior dimensão.

Ainda recentemente, a EDP Brasil concluiu um aumento de capital que permitiu arrecadar um total de 1.475,6 milhões de reais (369,2 milhões de euros) e conta com dinheiro em caixa para realizar novos investimentos.

Além do transporte de electricidade, a EDP Brasil também está a estudar o crescimento nas áreas onde já está presente, tal como a da produção de energia.

Miguel Setas admite que a companhia pode vir a exercer o direito de preferência para a compra de fatias de fatias da Eletrobras nas centrais que detém em parceria, isto num cenário da eléctrica estatal vir a desfazer-se de activos.

"São as opções mais óbvias de crescimento. Pode ser um negócio interessante, mas é uma conversa que ainda não tivemos com a Eletrobras", disse o gestor.

A EDP detém 60% da hidroeléctrica Peixe Angical no estado de Tocatins´com uma potência instalada de 500 megawatts, com o restante a pertencer à Furnas, detida pela Eletrobras. Outra das parcerias é na barragem de São Manoel, com 700 MW, no estado do Pará.

Já no sector da distribuição, a EDP Brasil descarta apresentar propostas pelas sete distribuidoras de energia da Eletrobras que vão ser privatizadas até ao final de 2017.

A EDP Brasil pesou 14% no total de receitas do grupo EDP no primeiro semestre, tendo gerado 300 milhões de euros, uma descida de 40%, menos 200 milhões face a período homólogo, devido ao menor impacto de efeitos não recorrentes, como o ganho de 267 milhões de euros com a compra da central de Pecém I em 2015, ou o efeito cambial adverso de 77 milhões, resultante da depreciação do real face ao euro.

Os títulos da EDP encerraram a sessão a valorizar 0,33% para 3,01 euros.
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